ATA DA QUADRAGÉSIMA SEXTA SESSÃO ORDINÁRIA DA
PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM
25-5-2009.
Aos vinte e cinco dias do mês de maio do ano de dois
mil e nove, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a
Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada,
respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato, Aldacir José Oliboni,
Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Dr. Raul, Haroldo de Souza, João Antonio Dib,
Juliana Brizola, Mauro Pinheiro, Nelcir Tessaro e Toni Proença. Constatada a
existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda,
durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu Brasinha, Bernardino
Vendruscolo, Beto Moesch, Dr. Thiago Duarte, Elias Vidal, Ervino Besson, Fernanda
Melchionna, João Carlos Nedel, João Pancinha, Luiz Braz, Marcello Chiodo, Maria
Celeste, Mario Manfro, Mauro Zacher, Nilo Santos, Paulinho Ruben Berta, Pedro
Ruas, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra e
Valter Nagelstein. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Bernardino
Vendruscolo, o Projeto de Lei do Legislativo nº 072/09 (Processo nº 1812/09), e
pelo Vereador Ervino Besson, o Projeto de Lei do Legislativo nº 074/09
(Processo nº 1472/09). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos
10360757, 10369622, 10373821 e 10373859/09, do Fundo Nacional de Saúde do
Ministério da Saúde. Durante a Sessão, constatada a existência de quórum
deliberativo, foram aprovadas as Atas da Vigésima Quinta, Vigésima Sexta e
Vigésima Sétima Sessões Ordinárias. A seguir, o Senhor Presidente registrou o
transcurso, hoje, do aniversário do Vereador Carlos Todeschini, procedendo à
entrega, em nome da Mesa Diretora, de um cartão de felicitações a Sua
Excelência. Em continuidade, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA
POPULAR, ao Senhor Remo Elias Mello da Silveira, Presidente da Associação
Beneficente Pró-Moradores do Loteamento Arco-Íris, que se pronunciou acerca do
Regimento Interno do Programa de Orçamento Participativo de Porto Alegre. Após,
nos termos do artigo 206 do Regimento, o Vereador Aldacir José Oliboni
manifestou-se sobre o assunto tratado durante a Tribuna Popular. A seguir, por
solicitação do Vereador João Antonio Dib, foi realizado um minuto de silêncio
em homenagem póstuma ao Senhor Carlos Rafael dos Santos, ex-Vereador deste
Legislativo. Em GRANDE EXPEDIENTE, pronunciaram-se os Vereadores Carlos
Todeschini e DJ Cassiá. Na oportunidade, o Senhor Presidente convidou todos
para Sessão Solene destinada a assinalar o transcurso do aniversário do Estado
de Israel, a ser realizada às dezenove horas de amanhã, neste Plenário. Também,
o Senhor Presidente informou que continuam abertas as inscrições para palestra
da Senhora Bárbara Oceanlight, a ser realizada no dia oito de junho do
corrente, neste Plenário. Em prosseguimento, constatada a existência de quórum
deliberativo, foi aprovado Requerimento verbal formulado pelo Vereador Adeli
Sell, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão. Em COMUNICAÇÕES,
pronunciaram-se os Vereadores Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Nilo Santos,
Paulinho Ruben Berta, Pedro Ruas e Dr. Thiago Duarte, este em tempo cedido pelo
Vereador Reginaldo Pujol. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou a presença,
neste Plenário, do ex-Vereador Pedro Américo Leal. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER,
pronunciaram-se os Vereadores Ervino Besson, Luiz Braz, Sofia Cavedon, Paulinho
Ruben Berta, Valter Nagelstein e João Antonio Dib. A seguir, constatada a
existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e
Votação, foi aprovado o Projeto de Resolução nº 016/09. Às dezesseis horas, os
trabalhos foram regimentalmente suspensos para a realização de reunião conjunta
de Comissões Permanentes, sendo retomados às dezessete horas e nove minutos,
constatada a existência de quórum. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi aprovado
o Projeto de Lei do Legislativo nº 001/09, por vinte e sete votos SIM e uma
ABSTENÇÃO, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato, Aldacir
José Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, Carlos Todeschini, DJ
Cassiá, Dr. Raul, Dr. Thiago Duarte, Ervino Besson, Fernanda Melchionna,
Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, João Pancinha, Luiz
Braz, Marcello Chiodo, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Nelcir
Tessaro, Nilo Santos, Paulinho Ruben Berta, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol,
Tarciso Flecha Negra e Valter Nagelstein e optado pela Abstenção o Vereador
Alceu Brasinha. Em Discussão Geral e Votação, foram votados conjuntamente e
aprovados o Projeto de Lei do Executivo nº 049/08 e a Mensagem Retificativa
aposta, após serem discutidos pelos Vereadores Bernardino Vendruscolo e Beto
Moesch. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do
Executivo nº 014/08, após ser discutido pelos Vereadores Valter Nagelstein e
Reginaldo Pujol. Em continuidade, o Senhor Presidente declarou encerrada a
Ordem do Dia. Em PAUTA, Discussão Preliminar, 1ª Sessão, esteve o Projeto de
Resolução nº 012/09. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pela oposição, pronunciou-se a
Vereadora Maria Celeste. Às dezessete horas e quarenta minutos, nada mais
havendo a tratar, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores
Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental.
Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Sebastião Melo e Adeli Sell e
secretariados pelo Vereador Nelcir Tessaro. Do que eu, Nelcir Tessaro, 1º
Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e
aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Chamo o Ver.
Carlos Todeschini, que está de aniversário, para receber um cartão assinado
pelo nosso Presidente, Ver. Sebastião Melo. Ver. Carlos Todeschini, parabéns!
(Procede-se à entrega do cartão. O Ver. Carlos
Todeschini é cumprimentado pelos Srs. Vereadores.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Passamos à
O Sr. Remo Elias Mello da Silveira, representando a
Associação Beneficente Pró-Moradores do Loteamento Arco-Íris, está com a
palavra para tratar de assunto relativo ao Regimento Interno do Orçamento
Participativo, pelo prazo regimental de 10 minutos.
O SR. REMO ELIAS MELLO DA SILVEIRA: Boa-tarde,
nobres Vereadores e demais pessoas presentes. Sou Presidente da Associação
Beneficente Pró-Moradores do Loteamento Arco-Íris. Infelizmente, na tarde de
hoje, temos de ocupar a Tribuna Popular para tornar público o nosso
descontentamento diante do desrespeito e descumprimento das normas do Regimento
Interno do Orçamento Participativo em nossa Cidade, começando por aqueles que
deveriam fazer desse instrumento um espaço democrático e de participação
popular, algo que até pouco tempo era modelo para outras cidades e até mesmo
objeto de estudo em outros países.
Contamos hoje, também, com a presença do Sr. Itamar
Guedes, Presidente da Associação dos Moradores da Vila A. J. Renner,
companheiro de chapa, e postulantes aos cargos de Conselheiros do Orçamento
Participativo da Região Humaitá/Navegantes, que teve sua Assembleia Regional
Temática realizada na data de 16 de maio de 2009, na Escola Municipal Antônio
Giudice, no bairro Humaitá. Esse evento teve sua eleição para Conselheiros
prejudicada em seu objetivo de imparcialidade, confiabilidade e respeito à
Região e aos seus moradores, por atitudes suspeitas do Sr. Paulo Silva,
Coordenador-Geral do OP. Na ocasião, foram apresentadas duas chapas, sendo que
a Chapa 02 apresentou como candidatas: uma funcionária dos Maristas que recebe
por convênio com a Prefeitura Municipal; uma moradora da Região Centro,
portanto não pertence à Região Humaitá/Navegantes, também ela é beneficiária de
convênio; e uma terceira candidata que, até alguns meses atrás, era moradora da
Ilha da Pintada, até o momento ela não consta como delegada do OP, não
cumprindo com o que diz o Regimento Interno, que cita como obrigatório o mínimo
de 50% de participação nos dois últimos anos nas reuniões do FROP.
Tendo
conhecimento desses fatos, os integrantes da Chapa 01, na qual estou inserido,
estando de acordo com as normas do Regimento Interno e ao mesmo tempo não
compartilhando da ideia da politização desse instrumento democrático, entrou
com um recurso junto ao CAR/Noroeste, que concordou com os argumentos
apresentados, e à Coordenação-Geral do OP, Sr. Paulo Silva, na sexta-feira, dia
15 de maio de 2009, portanto um dia antes da realização desse evento, pedindo o
cancelamento da inscrição da Chapa 02, ou a impugnação de alguns integrantes,
inclusive informando os nomes dos candidatos e os artigos que não estavam sendo
respeitados. No dia 16 de maio, no momento da realização da plenária, o
Coordenador-Geral do OP, Sr. Paulo Silva, reuniu-se em separado com
representantes da Chapa 01 e informou que não impugnaria a Chapa 02 naquela
ocasião devido ao grande número de pessoas presentes - em torno de 1,8 mil
participantes -, além das autoridades, incluindo o Prefeito Fogaça, para que
tal informe não resultasse em tumultos e brigas. Ele afirmou que só faria o
comunicado na segunda-feira, dia 18, às 9 horas, em reunião na sede da
Coordenação com a presença de integrantes das duas chapas concorrentes.
Na
segunda-feira, para nossa surpresa, e somente com a presença dos integrantes da
Chapa 01, a Coordenação do OP voltou atrás, pediu que nós deixássemos esse
assunto de lado, pois não seria interessante que a Administração Municipal se
envolvesse nessa questão, indo de encontro aos interesses da Região
Humaitá/Navegantes, mesmo que para isso as normas do Regimento Interno fossem
desobedecidas. Na ocasião, deixamos claro que não concordávamos com o pedido,
que era contra os nossos princípios compartilhar com irregularidades e que não
entendíamos o interesse da Coordenação do OP, mais precisamente do Sr. Paulo
Silva, o qual demonstrou ser uma pessoa que não tem palavra pois recebe salário
exatamente para acompanhar, organizar e principalmente para zelar e fazer
cumprir o Regimento Interno do OP; ele estava sendo, no mínimo, omisso e
conivente com as irregularidades. Em nossa opinião, tudo não passou de uma
armação por parte dos integrantes da Chapa 01 e da Coordenação do OP, talvez
por apadrinhamento ou por questões políticas. Ainda na segunda-feira, dia 18 de
maio, registramos no Protocolo Central da Prefeitura o nosso descontentamento e
a omissão do Sr. Paulo Silva em relação a essa questão. Posteriormente, fomos
até o Ministério Público e registramos o ocorrido. Ainda não nos dando por
satisfeitos, entramos com um processo judicial contra a omissão, a conivência e
o favorecimento nas eleições para Conselheiros do OP na Região
Humaitá/Navegantes por parte da Coordenação-Geral do OP.
Neste momento, usando este espaço democrático e de
direito, que é a Tribuna Popular, gostaríamos de contar com o apoio e
acompanhamento de V. Exas para que o Orçamento Participativo de
nossa Cidade volte a ser um instrumento público e digno da nomenclatura que o
designa. Na certeza de que poderemos contar com a imparcialidade destes, que
são os verdadeiros representantes do nosso povo, conclamamos os nobres
Vereadores que esta Casa tome as devidas providências, pois não gostaríamos que
o Orçamento Participativo, que é o marco da participação popular, se torne um
jogo de marionetes, em que prevaleça o desrespeito ao cidadão, e vá de encontro
aos princípios da democracia. Boa-tarde a todos e obrigado pela oportunidade.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Sr.
Remo Silveira. Convido-o a sentar-se à Mesa.
O Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras; Sr. Remo Elias Mello
da Silveira, Presidente da Associação Beneficente Pró-Moradores do Loteamento
Arco-Íris; público que nos acompanha nas galerias e aqueles que nos assistem
pela TVCâmara. Acho de extrema importância o relato que o senhor nos traz,
porque percebemos - ao menos tenho lido no Orçamento Participativo - que neste
ano aconteceu um inchaço nas plenárias, em função da promessa de que aqueles
que fossem às plenárias do OP estariam garantindo uma casa ou apartamento no
Programa Minha Casa, Minha Vida. Tanto é verdade, que inúmeras pessoas
registraram isso. Vossa Excelência também traz o relato da confusão
generalizada sobre essa disputa de chapas e assim por diante.
Sr.
Presidente, acredito que a Mesa Diretora deveria chamar o Coordenador do
Orçamento Participativo para nos falar dessa confusão generalizada que está
acontecendo e para averiguar essa promessa que estão fazendo em relação ao
Orçamento Participativo, uma promessa em vão, porque o Programa Minha Vida,
Minha Casa, que é do Governo Federal, não se resume ao fato de a pessoa ir a
uma plenária do OP, uma plenária em que nós estamos elegendo os Delegados
regionais, que vão, na verdade, coordenar, depois, as prioridades por região.
Eu percebi, no sábado, na Lomba do Pinheiro, que houve uma grande confusão
também. Então, o OP está se tornando um palco não só de denúncias, de
incompetência, mas de obras não realizadas. Está havendo uma grande
desorganização e desestruturação do OP em Porto Alegre.
Por isso queremos parabenizá-lo, Sr. Remo, pela sua
iniciativa e coragem em vir até à Câmara, porque aqui é o local e este é um
momento adequado para fazer esse relato. Que todas as lideranças regionais
possam sempre contar com este espaço para falar, o que é bom, mas também para
poder denunciar. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Não havendo
mais inscritos, encerramos o período da Tribuna Popular, agradecendo a presença
ao Sr. Remo Elias Mello da Silveira.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, requeiro que a Câmara
de Vereadores faça um minuto de silêncio em razão do falecimento de Carlos
Rafael dos Santos, ex-Vereador desta Casa. Ele foi Presidente do nosso Partido,
foi Secretário em duas Secretarias e muito trabalhou pela nossa Cidade.
Obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Srs.
Vereadores e Sras Vereadoras, faremos um minuto de silêncio em
homenagem à memória do ex-Vereador Carlos Rafael dos Santos.
(Faz-se
um minuto de silêncio.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Prestamos,
assim, homenagem à memória de Carlos Rafael dos Santos, ex-Vereador desta Casa,
falecido.
Passamos ao
O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra em
Grande Expediente.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell; Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, assistência da TVCâmara, ouvintes da Rádio Web, recebam o nosso
boa-tarde. Retorno, minha Líder, Verª Maria Celeste, a esta tribuna porque
quero continuar discutindo as graves suspeitas sobre as irregularidades
praticadas pela Administração Municipal de Porto Alegre relativamente à
manutenção de negócios com empresas particulares, em especial cito a Secretaria
Municipal da Saúde. Falo isso porque se trata, na verdade, minha cara líder,
Verª Maria Celeste, de negócios milionários mantidos informalmente, na
irregularidade, mantidos nos ilícitos, o que certamente acarretará aos cofres
públicos contas pesadas. Mas, se depender deste Vereador, os gestores e as
autoridades vão responder por isso com seus recursos e com seu patrimônio.
O que nós estamos vendo é algo que nunca aconteceu,
meu caro Ver. João Dib. Manter um negócio de mais de um milhão de reais na pura
informalidade, como aconteceu na Secretaria Municipal de Saúde, é algo que nós nunca
vimos nos mais diferentes Governos da história desta Cidade. E isso tem
acontecido agora, através de um desentendimento entre determinado empresário e
os gestores da Secretaria Municipal de Saúde, que só depois de cinco meses
tomaram atitudes, as quais deveriam ter sido tomadas antes do primeiro dia da
vigência dessa prática na Secretaria Municipal de Saúde. Há poucos dias esteve
aqui o Secretário Municipal de Saúde - mais precisamente, na última
segunda-feira -, Ver. Oliboni, e ele dizia: “Ninguém está livre de um picareta;
fomos logrados por um empresário, não temos culpa!”
Pois
eu quero desmontar essa tese, pelo seguinte: esse senhor, um dos principais
implicados, o senhor Marco Antonio Bernardes, tem um histórico pregresso, no
Município de Porto Alegre, de ser um malfeitor. Quando Conselheiro Tutelar,
Ver. Tessaro, ele, que pertencia aos quadros de seu Partido, enfrentou dois
inquéritos que pediam a sua cassação do cargo Conselheiro Tutelar, e só não foi
cassado porque não deu tempo, mas ele já respondeu a dois inquéritos e foi
apontado no sentido da interrupção do seu mandato. Pois bem, não bastando isso,
quando o Prefeito Fogaça assumiu o primeiro mandato, esse senhor, que já tinha
esse histórico, assumiu uma função muito importante na FASC; na época o Diretor
da FASC era o Ver. Nilo Santos. É sabido agora que o Ver. Nilo Santos teve que
entregar o mandato para evitar um mal maior para o Governo, porque esse mesmo
senhor, Marco Antonio Bernardes, foi responsável por práticas ilícitas também
dentro da FASC, fazendo com que o punido, o penalizado, fosse o Ver. Nilo
Santos, injustamente, inclusive. É bom que se diga isso, porque assim a gente
fica sabendo de toda a “novela”, de todo o desenrolar da história.
Mas não bastando isso, esse senhor assumiu uma
função de totais mandos na Secretaria Municipal de Saúde, na metade do Governo
passado, perpassando para este Governo, das mesmas pessoas, do mesmo Gestor, do
Governo Fogaça, e cometeu toda esta série de ilegalidades, irregularidades:
práticas informais, práticas de extorção, pagamento de propina por parte do
empresário, financiamento de campanhas com dinheiro público, extorção para
abastecimentos de carros com combustíveis, etc e tal. Então, não venha o
Prefeito dizer que não sabia porque acontecem desde lá do Conselho Tutelar,
Verª Maria Celeste, as práticas abomináveis desse cidadão, que foi promovido -
em vez de ser punido - para a FASC, que fez com que o Ver. Nilo Santos tivesse
que ser demitido para evitar um mal maior para o Prefeito. E depois recebeu
mais uma promoção na Secretaria Municipal de Saúde e estabeleceu práticas desse
nível, negócios sem contrato com a Secretaria Municipal de Saúde; comprometeu,
sem contratos, gastos milionários da Prefeitura. Vejam só a gravidade do que
estamos discutindo.
Aliás, é bom que se diga que isso não é uma
questão... Tivemos aqui o caso da famigerada licitação do lixo, anulada por nós
por uma Ação Civil Pública na 5ª Vara da Fazenda Pública, e o Sr. Garipô
Selistre era o pivô dessa tentativa de malversação de recursos públicos. Pois
bem, sessenta dias depois de ter sido demitido, ele foi readmitido na PROCEMPA,
trabalhou também na Secretaria Municipal de Saúde por mais de ano, até ser
descoberto e demitido novamente, ou seja, um novo caso de acobertamento.
Então, não venham dizer que o Prefeito não sabe
dessas coisas; essas coisas são muito graves e não são atos individuais de
pessoas, são atos que responsabilizam gestores, que responsabilizam
autoridades, que responsabilizam Secretários, que responsabilizam o Prefeito.
Nós estamos tratando disso, porque o caso é por demais grave.
O Sr. Aldacir José Oliboni: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Todeschini, quero o parabenizar
por esta manifestação em Grande Expediente. Acho oportuno o que V. Exª traz
para todos nós e para a sociedade de Porto Alegre, até porque este cidadão,
Renato Mello, Diretor, proprietário da empresa Reação, empresa de segurança dos
Postos de Saúde do Município de Porto Alegre, disse claramente que mensalmente
dava uma propina de dez mil reais. Nós queremos saber, de fato, quem foi
contemplado com esse recurso. Só a investigação de uma sindicância não será
suficiente; queremos uma investigação mais profunda.
Por outro lado, quero aqui apelar ao nobre
Presidente, Ver. Adeli Sell, que presidiu naquele momento a reunião, como
também ao Líder do Governo aqui, Ver. Nagelstein, no sentido de que saia desta
Casa a carta em solidariedade aos funcionários, porque eles, no geral,
trabalharam janeiro, fevereiro, março e abril e não receberam. E está no
contrato, prorrogado pela Secretaria Municipal de Saúde, que, de fato, a
renovação foi feita durante esses meses, e os cidadãos estão lá aguardando o
ressarcimento, o pagamento dos salários. A Casa se comprometeu naquela reunião a
fazer esse documento para que a Secretaria possa, no mínimo, cumprir o contrato
até esse período. Quero parabenizar aqui a sua iniciativa e reafirmar a
necessidade da investigação e a reposição do salário dos trabalhadores que
foram lesados.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Obrigado pelo
aparte, Ver. Oliboni.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Todeschini, eu o cumprimento
pelo tratamento que V. Exª está dando à questão. Gostaria de dizer que V. Exª
não foi Prefeito, mas foi Diretor do DMAE; duvido que não tenha acontecido algo
de que V. Exª não tomasse conhecimento. Eu fui Prefeito e sei o que é isso.
Mas o que eu quero dizer é que esse contrato foi
feito em 2001; de 2001 até 2009 são oito anos; oito anos tem 96 meses; e o
homem disse que dava dez mil por mês, portanto não foram oitenta ou noventa mil
como ele falou que deu. E quero também chamar a atenção para o fato de que o
contrato foi cancelado em dezembro do ano passado. No momento que o Secretário
tomou conhecimento, imediatamente ele abriu sindicância, e era o que tinha que
fazer. Eu acho que nós temos que acompanhar a sindicância, sem dúvida nenhuma.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Obrigado pelo
aparte.
A Srª Sofia Cavedon: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigada, Ver. Todeschini. Quero sugerir a
todos os Vereadores que imprimam o conjunto da transcrição da reunião que nós
tivemos aqui com o Mello, porque, depois, lendo, a gente vê como é fundamental
esta Câmara investigar. Por exemplo, Ver. Dib, a sindicância que a SMS vai
fazer não vai averiguar o que foi afirmado pelo Dr. Jorge, de que abasteceu
carros, sim: “O Marco pediu para abastecer alguns veículos que usou para fazer
campanha do Ver. Maurício, e, dentro desse contexto, alguns carros que ele
mandou, inclusive funcionários nossos que ele apoiou numa campanha em Nova
Santa Rita”. Há uma outra ramificação referente aos carros locados. Ele afirmou
que a Prefeitura é que financia esses carros: a gasolina colocada e os
funcionários dessa empresa são pagos por recursos da Saúde, vão para a campanha
do Ver. Maurício, para outras campanhas. Nós temos uma testemunha; a testemunha
é prova. Agora, isso não dá em sindicância, Ver. Dib!? Que esquema é esse dos
carros locados que ele tem em nome de outras pessoas? E todo mundo afirma isso.
Usa para as campanhas e ainda usa o lobby com empresas contratadas pela
Saúde. Gente, isso é um escândalo! Isso é um esquema seriíssimo que tem na
Saúde de Porto alegre. E a Câmara de Vereadores está fazendo de conta que não é
com ela! Eu acho que nós temos que refletir sobre as decisões que estamos
tomando.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Ver. João Dib,
meu caro amigo e colega, cumprimento-o e lhe agradeço o aparte. Também lhe
agradeço por poder lhe responder, porque, quando Diretor do DMAE, eu
administrei cerca de um bilhão de reais. Havia três auditorias permanentes
dentro do DMAE, e alguns apontamentos que foram feitos ao longo do tempo foram
corrigidos, de modo que eu tive todas as contas aprovadas com louvor pelo Tribunal
de Contas. Mas o que nós estamos tratando aqui não é o caso do contrato ter
encerrado em dezembro, é o fato de, mesmo sem contrato, a empresa continuar
trabalhando durante cinco meses, e no final de março o Sr. Secretário Municipal
de Saúde, mais o Sr. Marco Antonio Bernardes, que, repito, não era um qualquer,
porque fez o que fez no Conselho Tutelar, fez o que fez na FASC, fez o que fez
na Saúde e continuava mantendo toda a autoridade...
Eu tenho aqui um documento comprovando que 36
sindicâncias foram abertas na Secretaria Municipal de Saúde. Das 36
sindicâncias instauradas, 36 tiveram como resultado o arquivamento. Vejam só o
que é a prática desses sujeitos, que são pessoas responsáveis pela gestão do
dinheiro público, eles arranjam desfechos que lhes favoreçam. E quero dizer,
Verª Maria Celeste, que essas práticas não são práticas isoladas. Veja só, Ver.
João Dib, convido-o a debater conosco: qual motivo ensejou na Prefeitura de
Porto Alegre, Verª Fernanda Melchionna, o desmonte das equipes da Procuradoria
do Município, fazendo com que todos os processos importantes passassem por
pareceres dos CCs, dos agentes de confiança, sustentando atos que, depois, vão
se revelar talvez ilegais, imorais, manipulatórios, como a venda da folha de
pagamento do Município, como outras questões importantes e fundamentais que são
questões de Estado? E os Procuradores do Município são pessoas e profissionais
de carreira, de qualidade, de alto grau de profissionalismo, com suas equipes
inquebrantáveis, porque têm autoridade para sustentar. No entanto esse tipo de
medida que passa por esse Procurador investido politicamente é o que leva a
esses desvios, assim como a muitos outros atos que não passam mais pelas
equipes de carreira da Procuradoria; não passam mais pelas equipes de
licitação; não passam mais pelas equipes de contrato; não passam pelas equipes
de urbanismo; não passam pelas equipes profissionais, que não devem nada a
ninguém. Isso tudo leva o Município a perder dinheiro, a fazer uma gestão
temerária, a ter o dinheiro da Saúde desperdiçado com causas trabalhistas que
vão custar milhões. Os responsáveis pagarão por isso, estou dizendo. Muito
obrigado pela atenção.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Comunico que
amanhã, às 19h, haverá uma Sessão Solene em homenagem ao Estado de Israel.
Lembro aos Srs. Vereadores e às Sras Vereadoras que continuam abertas as inscrições para a atividade que faremos em nome da Câmara Municipal na Escola do Legislativo, no dia 08 de junho, com a Srª Bárbara Oceanlight, que foi uma das que articularam a mobilização de toda a campanha do Presidente eleito Barack Obama.
O Ver. DJ Cassiá está com a palavra em Grande
Expediente.
O SR. DJ CASSIÁ: Obrigado, Sr. Presidente, Ver.
Adeli Sell. Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, demais presentes, há
muito tempo eu não venho à tribuna. Estava sentindo saudade. Mas o que me fez
subir a esta tribuna foi o que a minha colega Verª Sofia colocou: que esse
dinheiro foi para um determinado Vereador e para outros. Olhe, minha colega
Vereadora, eu jamais vou atacar algum Partido ou colega meu, porque, minha
colega, pela qual eu tenho muito respeito, se formos retirar o tapete, a
podridão é geral! Olhe, se a gente começar aqui a puxar... É ou não é? Mas
temos que avançar. Hoje a sociedade não acredita mais em CPIs - não acredita
mais em CPIs! Sabe por que, colega? Sabe por que, Vereadora? Porque muitas CPIs
- eu não sou contra CPIs - são criadas para palanque, para alimentar
candidaturas próprias, para alimentar Partidos políticos e acabam naquilo que o
nosso povo diz: acaba em pizza, porque não existem provas! Provas!
Mas tudo bem, hoje eu não quero aqui discutir CPIs,
eu quero falar da realidade do dia a dia. Esta Casa tem procurado discutir
muito a questão da epidemia do crack, Dr. Raul, Dr. Thiago, que são
médicos e estão totalmente envolvidos e comprometidos com essa luta contra o crack.
A luta começa, meus colegas Vereadores e médicos, pela inclusão social, pelo
planejamento familiar - é aí que começa. E esta Casa tem que começar a se
aprofundar, a discutir mais. Discutir de que forma? Discutir com ações! Ações!
Investir mais numa educação de qualidade, não na educação, Verª Juliana
Brizola, que coloca o aluno dentro de uma escola de latão. Isso não é educação
de qualidade!
Nós começamos a discutir essa epidemia do crack.
Torno a dizer aqui: meus colegas, minhas colegas, nós temos que começar a agir,
agir através da educação de qualidade, do planejamento familiar e, também, do
esporte, da cultura. Que cultura? Alguém fala em cultura ou alguém sobe à
tribuna e diz que não existe investimento em cultura. Eu não vejo, só vejo
críticas; eu só vejo é o Zé tentando roubar o João; o João aplicando no fulano.
Ora, esta Casa, com certeza, é para fiscalizar; fomos eleitos para fiscalizar, mas
fiscalização não é acusação, não é acusar sem provas, acusar sem legitimidade.
Agora quero voltar à questão da educação e da
cultura. Eu quero convidar o nosso Secretário de Esportes, João Bosco Vaz, que
faz um trabalho muito sério na Secretaria, para vir aqui falar sobre a questão
da Secretaria de Esportes. A gente sabe que não existe investimento naquela
Secretaria. Temos que fazer com que a Secretaria de Esportes tenha mais
recursos para executar os seus projetos sociais. É assim que se combate o crime,
é assim que se combate o crack!
O Sr. Aldacir José Oliboni: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre colega Ver. DJ Cassiá, quero
parabenizá-lo pela sua manifestação. Chamou-me a atenção quando V. Exª falava
sobre o combate ao tráfico, o combate ao crack. Vossa Excelência faz um
trabalho voltado às comunidades menos aquinhoadas, de renda familiar baixa.
Percebe-se claramente que, nesses momentos de descontração, inúmeras pessoas se
infiltram no meio da juventude e acabam utilizando essa juventude como uma
massa de consumo logo ali adiante. E nós percebemos que, de fato, os Governos
Municipal, Estadual e Federal têm que continuar com as suas parcerias, que
ficam acima, muitas vezes, dos Partidos; são projetos estratégicos de Governo -
Município, Estado e União -, e muitos, na verdade, não são implementados por
falta de iniciativa. E me refiro aqui - V. Exª sabe muito bem - à ampliação da
Escola Técnica no Brasil e, mais precisamente, em Porto Alegre, quando nós
trazemos oportunidades nessa parceria entre o Governo Federal e o Municipal no
intuito de ampliar essas vagas para os jovens.
Então, eu queria dizer - tenho certeza de que V.
Exª tem participado conosco desta caminhada - que estamos ainda aguardando a
reunião com o Governo Municipal, com o intuito de consolidar a demanda da
Região Leste de Porto Alegre sobre a questão da Escola Técnica da UFRGS. Nós
precisamos que essa reunião aconteça antes mesmo do dia 04, porque no dia 04,
conforme V. Exª tem conhecimento - porque estava presente na Audiência Pública
que fizemos lá na Região Leste, no Murialdo -, estaremos na frente da
Prefeitura fazendo um panelaço em defesa da Escola Técnica do Partenon, até
porque o Município ainda não se pronunciou sobre o tema. Quero parabenizá-lo e
dizer que precisamos ampliar essa parceria, pedir o apoio da Câmara, das
instituições, mas mais precisamente dos Executivos. Obrigado.
O SR. DJ CASSIÁ: Obrigado, Ver. Aldacir Oliboni.
O Sr. Dr. Raul: V. Exª permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Nobre Ver. DJ Cassiá, V. Exª faz um excelente
pronunciamento abordando questões básicas da sociedade. E eu gostaria que V.
Exª se somasse a uma iniciativa que é aqui da Casa, também um trabalho de
muitos anos deste Vereador: estaremos inaugurando, em breve, o Centro Municipal
de Planejamento Familiar de Porto Alegre, para que possamos dar um apoio
realmente importante para as famílias que querem se planejar, para o cidadão,
para a cidadã que precisa fazer o seu planejamento, tanto àquele que quer ter
mais filhos, quanto àquele que quer evitá-los. Vamos levar desde a informação
até os métodos contraceptivos e o tratamento da infertilidade. E temos uma
Frente Parlamentar proposta e já aprovada aqui na Casa, que é a Frente
Parlamentar de Apoio ao Planejamento Familiar. Eu gostaria que V. Exª se
somasse a este nosso novo Projeto.
O SR. DJ CASSIÁ: Obrigado, Ver. Dr. Raul. Pode
contar com que este Vereador, estarei junto nessa luta, nessa Frente
Parlamentar.
Retornando
à questão da cultura: cultura e educação de qualidade caminham juntas. E hoje o
investimento na cultura, infelizmente, em nível nacional, é um caos! E digo aos
senhores e às senhoras que há uma pesquisa, Verª Juliana, que nos mostra que
93% da população brasileira nunca esteve num museu, 93%! Mas eu pergunto aos
senhores que estão neste momento me assistindo pela TVCâmara, aos senhores que,
graças a Deus, são privilegiados, que conseguem ter no seu lar um canal fechado
de televisão, a esse canal a favela deveria ter acesso para um esclarecimento
maior... Mas voltando, Vereadora: 93% da população ainda não foi ao museu.
Imaginem esse museu aqui, que foi construído - gastaram mais de quarenta
milhões de reais na sua construção - com o meu dinheiro, o do senhor, o da
senhora! Não, claro que não, não é o nosso dinheiro, o nosso dinheiro a gente
não sabe para onde vai, a gente paga os impostos e não sabe para onde ele vai!
Agora, eu pergunto: como é que o cidadão, com o seu filho, Ver. Tarciso, virá
lá da Ponta Grossa, para visitar o museu, se ele não tem nem um calçado para
colocar nos pés? Se ele não tem nem dinheiro para comprar um litro de leite
para o seu filho, como ele vai pagar o transporte para ir ao museu? Isso é
desigualdade social. Infelizmente, Ver. Tarciso, o pobre é tão esquecido, é tão
deixado de lado, que o raio não cai em rico; o raio, geralmente, só cai na
cabeça dos pobres, até isso, infelizmente!
É
uma dor, Verª Juliana, porque eu tenho um sonho, Vereadora, o sonho que o seu
avô carregou, e, com certeza, esteja onde estiver, ele deve estar lutando para
que esse sonho seja realizado. Vereadora, os filhos daqueles que moram lá no
fundinho da comunidade carente, daqueles cidadãos que nos dão votos para sermos
seus representantes, infelizmente, Vereadora, os filhos deles não têm acesso à
mesma escola do meu filho ou à escola que futuramente o seu filho terá. O meu
sonho, o sonho do seu avô é que aquela criança tenha, um dia, acesso à mesma
escola. Mas quando, Vereadora? Quando? Quando nós tomarmos uma forma de fazer
política diferenciada, aquela política que favoreça não só a mim, à minha
bandeira política. No momento, Verª Juliana, que as bandeiras políticas se
somarem a um lado só, o da educação e da cultura, aí eu vou começar a acreditar
numa nova transformação, aí eu vou começar a acreditar, Verª Juliana, nos
sonhos do seu avô, sonhos que começaram a se tornar realidade com os CIEPs.
Isso é educação de qualidade; isso, eu posso dizer, é um Governo interessado no
desenvolvimento de uma nação e de um povo. Governo que não investe em educação
não quer e não tem interesse nenhum no desenvolvimento social.
O Sr. Tarciso Flecha Negra: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado. Ver. DJ Cassiá, esta é a briga
que eu venho travando desde que eu entrei aqui na Câmara: a da injustiça
social. Nós, os 36 Vereadores, temos que lutar contra isso. Esse povo precisa
da Câmara de Vereadores, de todos nós, agora não existe bandeira, chegou a hora
da luta.
O SR. DJ CASSIÁ: Obrigado, Vereador.
A Srª Juliana Brizola: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. DJ Cassiá, quero parabenizá-lo pelo
seu pronunciamento e lhe dizer que na política, não só no Município de Porto
Alegre, como no Estado do Rio Grande do Sul, principalmente na política
brasileira, falta este tipo de pensamento, o pensamento de fazer a política
para o bem, de trazer para dentro da política aquilo de mais sagrado que há: a
inclusão das nossas crianças. Essa epidemia de crack não estaria aí se o
nosso Governo Estadual tivesse uma política educacional séria, que respeitasse as
nossas crianças e os nossos jovens e, principalmente, que desse condições para
que os professores pudessem ser professores! Obrigada, DJ.
O SR. DJ CASSIÁ: Obrigado, Verª Juliana.
Eu quero aqui fazer um convite ao Secretário de
Esportes, Ver. João Bosco; vou fazer um convite ao Secretário de Cultura do
Município e também à nossa companheira, amiga, a Secretária de Educação, para
virem aqui. Eu acho que nós, Parlamentares, temos que brigar pelo aumento do
investimento na Secretaria da Educação, na de Esportes e na de Cultura.
Eu quero encerrar deixando uma mensagem que,
talvez, para os intelectuais não seja muito clara, mas na língua do povo que eu
represento, povo que, a cada dez palavras, em oito o português é totalmente
distorcido... Talvez alguns dos senhores não estejam me entendendo, mas 99% da
população entende o que eu estou querendo dizer. E quero encerrar dizendo
assim: “Eu só quero ser feliz, andar tranquilamente na favela onde eu nasci”.
Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, DJ
Cassiá.
Em votação as Atas disponíveis nas Pastas Públicas
do correio eletrônico: Atas das 25ª, 26ª e 27ª Sessões Ordinárias. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que as aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADAS.
Em votação o Requerimento que solicita a inversão
da ordem dos trabalhos, para que possamos entrar imediatamente no período de
Comunicações. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO, com voto contrário do Ver. João Antonio Dib.
Passamos às
COMUNICAÇÕES
O Ver. Mauro Zacher está com a palavra em
Comunicações.
O SR. MAURO ZACHER: Sr. Presidente, Ver. Adeli; Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos acompanha aqui nas galerias,
aqueles que nos assistem pela TVCâmara e os que nos acompanham pela Rádio Web,
o assunto que trago hoje me acompanha já de longa data, porque praticamente
comecei a ter vontade de fazer política lá na PUC, no movimento estudantil; lá
encontrei a vontade de muitos universitários de permanecerem na universidade e
a angústia de muitos pais no sentido de poderem oferecer a seus filhos a
possibilidade de cursar uma universidade.
Eu recebi, dias atrás, um e-mail e imediatamente solicitei ao
Ver. DJ Cassiá a possibilidade de levarmos para a Comissão de Educação uma
discussão sobre o Fies, que é o financiamento, o crédito educativo federal. No
dia 13 de maio, por coincidência, uma ex-colega que se formou junto comigo em
Economia, na PUC, me mandou um e-mail bastante angustiada em função das
dificuldades que enfrenta para pagar o crédito educativo federal, o Fies. Ela
pediu vinte mil reais de crédito educativo, Ver. Bernardino, e hoje deve mais
de cinquenta e três mil ao Fies. Ela está desempregada, não conseguiu se
encaixar no mercado de trabalho. E mais: não só ela está na Serasa, como
também, Ver. Todeschini, o seu fiador, que emprestou o seu nome e CPF para o
financiamento.
O Sr. Carlos Todeschini: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Ver. Mauro Zacher, é procedente a sua manifestação, mas há uma lei
aprovada recentemente no Congresso Nacional, na Câmara dos Deputados, de
autoria do Deputado Paulo Pimenta, do PT, que faz com que as dívidas do Fies
tenham uma redução bem significativa. Inclusive, no mês junho, nós teremos uma
audiência aqui, não lembro o dia agora, sobre esse assunto e que vai beneficiar
a grande maioria das pessoas que recorreram ao financiamento do Fies para
concluir seus estudos. Obrigado.
O SR. MAURO ZACHER: Mas que bela
informação o senhor traz! Nós poderemos, então, convidar o Deputado Paulo
Pimenta para estar aqui na Comissão de Educação, porque eu acho que esse
assunto nós temos que levar à Câmara Federal. No dia 18 de maio, cinco dias
após eu receber o e-mail dessa ex-colega da PUC, a Zero Hora também
publicou matéria sobre o tema. E já existe um movimento, Ver. Todeschini, de
jovens estudantes que tiveram a oportunidade de financiar seus estudos através
do Fies. Então, quero dizer que estaremos dando total apoio, porque a gente
sabe a realidade, conhece de perto as dificuldades. Talvez tenha sido naquele
momento uma alternativa para o estudante conseguir terminar os seus estudos,
mas hoje é um grande problema para essas famílias que pegaram recursos, porque
elas não conseguem mais pagar. Que bela informação o Ver. Todeschini nos traz.
Eu acho que esta Casa tem o dever de tratar esse assunto com a maior
importância, porque o problema da Carolina, da Carol e também da advogada
Clairê é o mesmo de muitos e muitos estudantes que naquele momento pegaram
dinheiro corrigido pela Fies. Nós queremos fazer um belo debate para ver de que
maneira a gente pode amparar esses jovens estudantes que tiveram oportunidade
de finalizar os seus estudos, mas que agora ficaram com uma grande dívida.
Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Nelcir Tessaro está com a palavra em
Comunicações.
O SR. NELCIR
TESSARO: Ver. Adeli Sell, no exercício da Presidência; Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos assiste, venho hoje à tribuna
depois de ouvir a explanação, na reunião de Liderança, da Srª Lúcia Bastos, da
RBS, que apresentou para esta Casa o programa que será lançado de combate ao crack. Eu fiquei preocupado quando tomei
conhecimento de que existem no Estado 55 mil dependentes, 55 mil pessoas que
estão sem rumo - eu digo sem rumo, porque a estatística diz que apenas 2%, no
máximo, dessas pessoas se salvam. Então é muito preocupante. E isso é muito
preocupante, porque estamos vendo que, a cada dia, surgem manchetes como a do
jornal Diário Gaúcho de hoje, relatando que quarenta quilos de maconha foram
achados em tal lugar, que veio a droga que o traficante trouxe, que ele foi
preso, etc. E a pedrinha de crack
está sendo vendida a cinco reais. A preocupação maior é que essa droga está
sendo vendida na porta das nossas escolas, em algumas festas, Ver. DJ, que
duram o dia todo, como as festas rave.
Eu acredito que as festas funk possam servir para a educação dessas
pessoas que lá utilizam drogas. Quem sabe, Ver. DJ Cassiá, se, nessas festas funk,
começasse a ser feito um trabalho de educação, um trabalho como o que vem sendo
feito pela RBS, que é dever de cada um de nós de fazer.
Eu acho que nós precisamos buscar ajuda,
urgentemente, em cada escola municipal, será que não podemos ter ali um
brigadiano, um policial militar para fiscalizar quem entra e quem sais? Quem
sabe a nossa Guarda Municipal armada possa ficar em cada escola para tentar
evitar que ali sejam induzidas as crianças? E eu digo crianças, porque, a
partir dos sete anos de idade, elas já estão sendo aliciadas para o tráfico. É
muito importante, Verª Maria Celeste - como educadora que é -, fazermos essa
parte; nós temos que buscar parcerias e colocar policiamento nas portas das
escolas para coibir que os traficantes cheguem ali e induzam as crianças a
iniciarem esse caminho sem volta, porque não há volta para quem chega lá.
A Srª Maria Celeste: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigada pelo aparte, Ver. Nelcir Tessaro.
Eu só quero informar ao Plenário e a esta Casa que a Frente Parlamentar da
Criança e do Adolescente, que foi instalada no dia 12 de maio, já está
trabalhando nessa questão do crack também. O senhor discute
oportunamente a temática, e há necessidade de um esforço conjunto da sociedade.
Nós precisamos enfrentar todos juntos: Poder Público, sociedade, comunidade
especialmente, para fazermos, de fato, um grande enfrentamento. Essa campanha
vem em boa hora, e nós, da Frente Parlamentar, estaremos, com certeza,
engajados nessa luta. Obrigada.
O SR. NELCIR TESSARO: Obrigada, Verª
Maria Celeste. Quero dizer também que a própria Câmara de Vereadores, através
de outdoor, poderia mostrar fotografias iguais àquelas que vimos hoje,
do estado terminal que ficam as pessoas que usam crack.
O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Nelcir Tessaro, o seu pronunciamento
é de extrema importância, eu acho que, cada vez mais, nós temos que estar
unidos, integrados, porque muitas famílias não têm a quem recorrer e pedem
socorro para nós, Vereadores. Então, que esse alerta sirva para todos nós e a
todo o segmento da sociedade, para que possamos amenizar essa tragédia que anda
acontecendo com os nossos jovens. Sou grato a Vossa Excelência.
O SR. NELCIR TESSARO: Obrigado, Ver.
Ervino Besson.
O Sr. Carlos Todeschini: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Nelcir Tessaro, nós fizemos um debate
na COSMAM no início do mês de maio, e estavam presentes autoridades como o
Diretor do Hospital São Pedro e o representante da Secretaria Estadual de
Saúde, as autoridades municipais, enfim. Foi uma reunião bastante
representativa. Apontou-se para a necessidade de realização de um diagnóstico
muito profundo sobre a situação da drogadição, do uso de crack e das
demais doenças mentais, mas com o foco principal na questão do crack.
Uma das questões que ficaram encaminhadas, e já lhe coloco como desafio, é a
possibilidade de a Mesa da Câmara ser partícipe de uma pesquisa que consiga
desenhar um quadro real dessa questão, para que se possa, em termos de
orçamento, prever os recursos necessários para uma boa política pública.
O SR. NELCIR TESSARO: Obrigado, Ver.
Carlos Todeschini.
O SR. NELCIR TESSARO: Obrigado,
Ver. Valter.
Para finalizar, Sr. Presidente, eu quero deixar
aqui a proposta de engajamento da Mesa Diretora, para que se promova uma
campanha visual para a sociedade, e que nós aqui nos dediquemos, no mínimo, uma
vez por semana, a ir à tribuna e alertar a população. É nosso dever alertar a
população sobre esse crime que está acontecendo, sobre a destruição de tantas
vidas inocentes em função do crack. Obrigado, Sras Vereadoras
e Srs. Vereadores.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Nilo
Santos está com a palavra em Comunicações.
O SR. NILO SANTOS: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores,
senhores e senhoras, até nem pretendo ocupar os meus cinco minutos de hoje,
quero apenas ressaltar o fato positivo de ontem termos feito aquele momento de
confraternização, Ver. Valter. Quero parabenizar o comportamento de todos, da
torcida... Nós ontem demos uma demonstração de como é fácil ser feliz, Ver. Toni
Proença. Uma simples brincadeira nós tornamos um momento marcante para todos
nós. Quero agradecer a todos que participaram, ressaltar a atuação do nosso
grande técnico, Ver. Alceu Brasinha.
O Sr. Valter Nagelstein: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Eu
só queria dizer a V. Exa, concordando com tudo, que agora nós somos o time a
ser batido. Não é verdade?
O SR. NILO SANTOS: A partir de
agora, nós somos os favoritos em todos os nossos enfrentamentos futuros. Quero
saudar também a participação do nosso trio de arbitragem - os nossos bandeiras,
o nosso árbitro - e dos nossos artilheiros - o Tarciso... O Marcello Chiodo,
além de ser conhecido como “tesoura de ouro”, agora vai ganhar a “chuteira de
ouro”. Ontem eu tive a oportunidade de comentar, numa entrevista que dei, que
um momento daqueles demonstra à sociedade que nós somos pessoas normais como
todas as outras, Ver. Ervino Besson, apenas com alguns compromissos sérios, no
sentido de beneficiar este povo, que tanto amamos, da nossa Capital, Porto
Alegre.
O Sr. Ervino Besson: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Meu querido Ver. Nilo, é
importante o seu pronunciamento. É nos nossos Parlamentos - a Câmara Municipal
e a Assembleia Legislativa - que se decide o destino da nossa população.
Ninguém, Ver. Nilo, consegue dizer que é todo-poderoso, que sozinho resolve os
problemas do nosso povo; estamos longe disso. Quem sabe lá esse seja o caminho
para conseguirmos recuperar a credibilidade da nossa população nos Parlamentos;
eventos como esse devem acontecer mais, Vereador. Isso a população espera de
nós, que somos os legítimos representantes do nosso povo, aqui no nosso Rio
Grande, aqui na nossa Porto Alegre. Sou grato a Vossa Excelência.
O SR. NILO SANTOS: Essa foi a
fala do nosso “ala direita”, Ver. Ervino Besson.
O Sr. Mauro Pinheiro: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Nilo Santos, muito obrigado por me
conceder um aparte. Quero dizer que, mais do que um momento de descontração,
aquele foi um momento de união entre os Parlamentos gaúchos: Assembleia -
Deputados Estaduais - e Vereadores; também jogaram os Deputados Federais. É um
momento importante para a gente criar uma relação mais próxima entre os
Parlamentos, para que a gente possa trabalhar pelas comunidades do nosso Rio
Grande do Sul. Também fazendo uma brincadeira, Ver. Nilo: a Câmara de
Vereadores está como o Internacional, está com cem por cento de aproveitamento!
Obrigado.
O SR. NILO SANTOS: Algo me marcou
muito ontem, Ver. Mauro Pinheiro: foi exatamente todo o time lutando para fazer
gol contra os Deputados, sem diferença alguma, sem bandeira, Ver. Dib. A nossa
bandeira era a Câmara de Vereadores; não havia aquela diferença entre o PTB, o
PMDB, o PT; eram onze homens em campo, mais aqueles que estavam entrando,
saindo, substituindo; era o Partido da Câmara, era o Partido dos Vereadores,
Partido do Povo. Seria um sonho, Ver. João Dib, se conseguíssemos um dia aqui
trabalharmos sempre assim, trabalharmos como se fôssemos apenas um, lutando
pelos mesmos ideais, com o sonho de fazer o povo desta Capital mais feliz.
Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver.
Paulino Ruben Berta está com a palavra em Comunicações.
O SR. PAULINHO RUBEN BERTA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, eu tinha me preparado para fazer alguns comentários, no bom
sentido, da nossa grande confraternização de ontem à noite. Quero parabenizar
todos os que participaram, inclusive as pessoas que preparam o local para nós,
para a confraternização.
Mas,
tendo em vista o tema, a proposta que nos traz aqui o Ver. Nelcir Tessaro, a
quem quero parabenizar por tratar de uma chaga na nossa Cidade, que é o crack
em nossa Cidade... Como todos sabem, eu venho de um conjunto habitacional onde
há cinco mil apartamentos; no entorno desse conjunto habitacional, há mais
alguns outros, como o Fernando Ferrari, o Parque dos Maias, o Jardim
Leopoldina, onde há apartamentos com áreas condominiais muito pequenas, não
havendo playground, ou área de lazer, ou uma cancha de futebol. Não tem
nada! Na Região Norte, no Eixo Baltazar, as áreas de lazer e praças são
escassas, e a grande maioria dos moradores de lá, hoje, não tem condições de
proporcionar um lazer, uma diversão, ou de utilizar um espaço para que a família
possa, nos domingos, tomar um chimarrão, levar os filhos, levar os netos para
passear. Tudo isso é importante nesta vida, muito importante.
Hoje,
uma das coisas que mais sinto lá é a desagregação famílias. Um filho, quando
sai de manhã, não é capaz de cumprimentar a mãe e dizer: “Eu te amo, eu estou
contigo”; ou “Mãe, passe um bom dia”; ou “Pai, um bom trabalho”. A desagregação
da família também está nos levando a isso, também ao uso de drogas.
O Sr. Nilo Santos: V. Exa permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Paulinho, eu quero o parabenizar pela
fala e dizer que até alguns anos atrás o filho era ensinado a pedir a benção
para o pai e para a mãe, assim como pedia a benção para os avós; há poucos
anos, e nós não tínhamos tanta maldição no meio da sociedade. E a benção do pai
e a benção da mãe têm um poder incrível de quebrar maldições, porque, abaixo de
Deus, o pai e a mãe têm o poder de abençoar o filho. Infelizmente, os filhos,
hoje, já não pedem mais a bênção para o pai e para a mãe. Não respeitam o pai e
a mãe; não respeitam a avó e o avô. Vão respeitar quem? O Ver. Paulinho Ruben
Berta? Infelizmente, não. Obrigado.
O SR. PAULINHO RUBEN BERTA: Quero lhe
dizer que vem bem a calhar o que quero dizer. Por que falei nos conjuntos
habitacionais? Imaginem um pai ou uma mãe que precise sair às 6 horas da manhã
e voltar à noite para poder comprar o pão de cada dia - tudo com muito
sacrifício, com muita luta - e que tenha que deixar uma criança de 13, 14, 15
anos praticamente trancado entre as quatro paredes de um apartamento. Como é
que faz isso?
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Paulinho Ruben Berta,
eu acho que a Associação, apesar de não ser no Conjunto Rubem Berta, tem por
perto a Praça México, que é muito grande e para a qual poderia ser solicitada
uma urbanização melhor, para que toda a população do entorno possa usufruir da
praça. É muito grande a praça.
O SR. PAULINHO RUBEN BERTA: Obrigado,
Vereador. Quero lhe dizer o seguinte: eu acho que os jovens ficam à mercê dos
traficantes, à mercê desse exército que existe na Cidade, a eles é oferecido,
inicialmente, uma bolachinha recheada, um refrigerante para que esse
adolescente seja captado para o mundo do crime - isso precisa ser combatido das
mais diversas formas. A Praça México precisa ter mais equipamentos, precisa
estar à disposição da comunidade, porque segurar uma criança dentro de casa não
é fácil para nenhum pai e nenhuma mãe!
O Sr. Mauro Pinheiro: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) A respeito da Praça México, se
estou bem lembrado, Ver. João Dib, havia um valor de um milhão e meio de reais
do Pronasci, do Governo Federal, para a Praça México, e o Prefeito Fogaça,
parece, não aceitou, porque tinha que dar a contrapartida. É lamentável!
O SR. PAULINHO RUBEN BERTA: Quero dizer
aos senhores e às senhoras, rapidamente, que, além da praça, Ver. João Dib, nós
precisamos elevar a consciência social desta Cidade, principalmente a dos
empresários, porque não dá mais para esperarmos só pelos Governos - seja
Municipal, Estadual, ou Federal -, precisamos levar cursos profissionalizantes
para esses jovens! Precisamos levar qualificação, precisamos levar
responsabilidade para essas comunidades. Em cada bairro desses há de dois a três
mil adolescentes necessitando de qualificação e oportunidade. Por isso todas as
Associações de Porto Alegre devem se juntar num grande movimento para que a
qualificação chegue à casa das pessoas, e que nós tenhamos, daqui a pouco, pela
agregação da família, aquele menino, aquela menina, aquele adolescente dizendo:
“Benção, meu pai; bênção minha, mãe; vou praticar, vou estudar, vou me
qualificar para não fazer uso de uma arma”. Em vez de uma arma, botem um
computador, uma caneta, um instrumento de trabalho na mão desses adolescentes,
e nós vamos conseguir combater também as drogas em Porto Alegre. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Pedro
Ruas está com a palavra em Comunicações.
O SR. PEDRO RUAS: Ver. Adeli
Sell, na presidência dos trabalhos; Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, três temas me trazem à tribuna no dia de hoje, neste período de
Comunicações: dois relativos ao conjunto da Cidade e um deles ao conjunto do
nosso Município.
O
primeiro deles: eu já falei esses dias da tribuna sobre o problema dos
banheiros públicos no Centro. Reiteradamente tenho recebido - tenho certeza de
que os demais Vereadores também - queixas sobre a ausência de banheiros
públicos no Centro da cidade de Porto Alegre. Por um lado, a ausência; por
outro, a má conservação em termos de higiene. O problema se agrava quando são
as senhoras que procuram os banheiros; não há, no Centro de Porto Alegre,
banheiros em condições para, mais ou menos, um milhão de pessoas que procuram
esses banheiros.
Tema número dois: as calçadas do Centro de Porto
Alegre. A manutenção das calçadas, os Vereadores sabem, cabe aos condomínios,
aos proprietários ou ao responsável pelo estabelecimento comercial, enfim, pelo
conjunto de residências ou locais de trabalho que existem no Centro de Porto
Alegre, mas a fiscalização tem que ser feita pelo Município, através da SMOV,
com autuação, cobrança de medidas e a penalização dos responsáveis. Portanto,
novamente enfatizo desta tribuna de que há a necessidade urgente de a SMOV,
através do Secretário, Ver. Maurício Dziedricki, e da sua fiscalização,
acompanhar essa situação do Centro - eu já digo “acompanhar”, porque tenho a
impressão de que não conhecem essa realidade.
O Sr. Marcello Chiodo: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Pedro Ruas, eu quero lhe comunicar
que já fizemos reuniões com síndicos e zeladores de prédios ali no Centro, com
a presença de mais de setenta pessoas, mais o Secretário da SMOV, e orientamos
o pessoal. Analisamos algumas ruas, como a Demétrio Ribeiro, a Washington Luiz
e a Fernando Machado, e estamos marcando outras reuniões ali no Centro para
orientar as pessoas a melhorarem as calçadas, pois é obrigação deles. Antes de
multar, o Secretário esteve lá e os orientou.
O SR. PEDRO RUAS: Obrigado, Ver.
Marcelo.
O Sr. Valter Nagelstein: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Pedro Ruas, agradeço-lhe o aparte.
Vossa Excelência tem razão absoluta nos dois itens que aborda: dos banheiros e
das calçadas. Com relação às calçadas, eu quero informar que a Prefeitura já
está implementando um programa de fiscalização e notificação dos proprietários
para que realmente esse problema - que não é exclusivo do Centro, é de toda a
Cidade, mas é, sobretudo, da consciência dos proprietários - possa ser
enfrentado, e nós tenhamos calçadas decentes, passeios públicos decentes na
nossa Cidade.
O SR. PEDRO RUAS: Agradeço os
apartes do Ver. Valter Nagelstein e do Ver. Marcello Chiodo, que vão nessa
mesma linha, e agradeço, antecipadamente, essas providências preliminares já
tomadas e informadas.
O terceiro e último tema, Vereador-Presidente Adeli Sell, diz respeito à localização, à forma pela qual as pessoas podem conhecer e se localizar nesta Cidade, principalmente quem não é daqui: as placas indicativas de ruas, de praças ou de logradouros. Eu soube, Ver. João Dib, que V. Exª, há vários anos, tem pedido e reiterado providências nesse sentido. Recebi um relato na semana passada exatamente nesse diapasão, de que há necessidade urgente de que as placas sejam colocadas. Somo-me aqui à luta do Ver. João Dib, Ver. Adeli Sell, nesse sentido. Essas placas passam a ser imprescindíveis e, muitas vezes, têm relação com a própria segurança de quem fica horas e horas em determinados bairros sem ter como sair, pela falta de indicação e localização que a ausência dessas placas produz. Então, Ver. Dib, eu me somo a V. Exª e a todos aqueles que querem uma Porto Alegre com mais informação e com mais segurança. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Para nossa
honra, recebemos neste momento o nosso sempre Coronel Pedro Américo Leal. Boa
volta a esta Casa para encontrar seus amigos.
O Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra em
Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Reginaldo Pujol.
O SR. DR. THIAGO DUARTE: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, saúdo a presença do
sempre Vereador Pedro Américo Leal. Hoje gostaria de voltar a um tema já
discutido aqui: as questões que se referem à saúde mental. Já nominei aqui,
quando da presença do grande político Marcos Rolim, algumas questões vinculadas
a essa situação. O crack foi muito bem nominado aqui pelo DJ Cassiá e
por outros, e já conversamos muito sobre a prevenção ao uso do crack que
se faz no combate ao tráfico. Claro que as medidas socializadoras, no que tange
à educação e à cultura, são fundamentais, mas uma repressão ao tráfico também é
importante.
Falamos aqui, naquela oportunidade, sobre as
patologias psiquiátricas crônicas e a necessidade de termos altas progressivas
desses pacientes, inclusive com a possibilidade de acolhimento por algumas
famílias que se dispusessem a isso, como está muito bem caracterizado na
experiência que o hoje Diretor do Hospital Psiquiátrico São Pedro, Luiz Carlos
Coronel, teve quando estava à frente do Instituto Psiquiátrico Forense. Lá ele
conseguiu um grande percentual de pacientes ressocializados, pacientes
psiquiátricos ditos crônicos ressocializados.
Mas hoje eu trago aqui um terceiro aspecto que tem
muito me preocupado e que se refere também aos problemas de saúde mental, algo
que, muitas vezes, não é divulgado na imprensa pelo risco que se tem de se
ampliar o número desses casos. Eu falo em especial da questão do suicídio. É
importante que muitas vezes a gente possa esclarecer o público ouvinte, os
nossos telespectadores, que é fundamental, para se descobrir se um paciente tem
risco de suicídio, perguntar se ele está com intenção de se matar. Eu trago
este caso em função até de um Projeto desta Casa, do nosso Líder da Bancada, o
Ver. Mauro Zacher. Ontem eu observava as atividades de um dos DML do Estado, e
no dia de ontem, nesse DML específico, nós tivemos três necropsias, os três
suicídios, os três enforcamentos, mas um deles realmente nos estarreceu.
Vou ler a transcrição da Ocorrência Policial do
padastro de uma menina de dezoito anos (Lê.): “Comunica que vive maritalmente
com uma pessoa chamada (fulana de tal) há dezesseis anos. Que na tarde de hoje,
por volta das 15h, saiu com sua companheira juntamente com a sua outra filha de
13 anos, sendo que a sua enteada ficou sozinha na residência. Que, quando
retornaram, por volta das 18h, encontraram a mesma entre a sala e a garagem,
suspensa no ar com um fio de luz envolto no pescoço. Que o comunicante
imediatamente tentou socorrê-la e esta teria emitido um gemido, rapidamente a
colocou no interior do seu veículo e a conduziu ao hospital local, onde, após
cinco minutos, lhe comunicaram que a mesma estava sem vida. Esclarece que
somente havia percebido que a paciente estava triste, pelo motivo de que iria
trocar de escola onde fazia estágio e que a mesma era molestada pelas colegas.”
E eu falo do Projeto do Ver. Mauro Zacher que se
refere a bulling. E, quando se diz que o bulling não mata, então
é importante que a gente atente para esses casos, em que não havia nenhuma
outra histórica psiquiátrica envolvida. É importante que se possa fazer a
prevenção, a profilaxia disso. E isso se faz com políticas públicas, com
cultura, com lazer, com alternativas, mas também com Projetos de Lei. Lembro
que é importante o que foi dito aqui pelo Ver. Todeschini, que, quando se fala
em saúde mental, é fundamental que nós façamos um diagnóstico, e isso se faz
através de um seminário, enfatizando as quatro possibilidades que nós temos de
prevenir isso: uma é o CAPs, que é o Centro de Atendimento Psicossocial, os
quais precisam ser implementado mais na Cidade; a outra são as fazendas
terapêuticas, e é importante que se disponibilize e se possibilite que mais
fazendas terapêuticas se cadastrem; a terceira é a experiência da terapia
comunitária, que eu já falei aqui para vocês, aumentando, ampliando as redes
regionais, e a quarta, que o Ver. DJ Cassiá muito bem nominou aqui, é a que
tange a questão das outras possibilidades educacionais e culturais para juventude.
Atentemos para essa questão vinculada ao suicídio; que possamos fazer a
prevenção disso. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Dr.
Thiago falou em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Reginaldo Pujol.
O Ver. Ervino Besson está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. ERVINO BESSON: Meu caro
Presidente, Ver. Adeli Sell; Srs. Vereadores, Vereadoras, senhoras e senhores
que nos acompanham nas galerias e pelo Canal 16, quero saudar a todos. Faço uma
saudação muito especial no dia de hoje ao nosso grande visitante, Vereador,
sempre histórico, um homem desta Cidade, do nosso Rio Grande, Pedro Américo
Leal. Vossa Excelência nos engrandece cada vez que vem nos visitar neste
plenário. Eu quero agradecer à querida colega Verª Juliana Brizola, que me
cedeu o seu tempo de Liderança no dia de hoje: muito obrigado, minha cara
Vereadora.
Ver.
Pedro Ruas, V. Exª falou dos banheiros da Praça XV, e foi importante o seu
pronunciamento. Quero dizer que, no dia 25 de março de 2009, eu protocolei aqui
nesta Casa o Pedido de Providências 0481/2009, para colocação de banheiros na
Praça XV, trata-se de uma reivindicação histórica das pessoas que utilizam o
Centro. Portanto, também concordo com o pronunciamento de Vossa Excelência.
Hoje
a Zero Hora na página 34 diz: Dia da Indústria, do Industrial, Dia do
Trabalhador Rural, Dia da Costureira, Dia do Massagista. Então, vejam que dia
importante: o dia do trabalhador, de todas as profissões; a economia do nosso
País, de todos os segmentos da sociedade, gira em torno da nossa mão, do nosso
trabalhador, das pessoas que trabalham nas empresas, das indústrias. Aí é que
está o enriquecimento, aí é que estão as divisas, o crescimento de toda
indústria, do comércio e do trabalhador rural. O trabalhador rural, há poucos
dias, enfrentou uma brutal seca nosso Estado. Nós vimos nas entrevistas, nas
imagens da televisão, pessoas emocionadas dando seu relato sobre o prejuízo que
estavam tendo no seu local de trabalho; o trabalhador rural, essa gente que
sofre, essa gente que trabalha no dia a dia, essa gente de mão calejada, que
enfrenta todo esse problema da seca ou de muita chuva, enfim. Temos que dar
valor a essa gente, ao homem de mão calejada, o homem do campo, o nosso
trabalhador. Fica aqui hoje a nossa homenagem.
Eu fui também um homem do campo, um homem que,
desde a infância, ao longo dos anos, trabalhou plantando, sei o que é o
sofrimento do trabalhador. Que bom que se faça esse registro no dia de hoje,
reconhecendo, Ver. Adeli, meu caro Presidente, o que representa a categoria de
todos os trabalhadores, mas principalmente a do nosso trabalhador, a do nosso
homem do campo, esse homem que trabalha, muitas vezes, de domingo a domingo,
que traz a riqueza, que traz o nosso alimento do dia a dia. Portanto, fica a
nossa homenagem ao nosso trabalhador, ao trabalhador do campo.
Quero também fazer um registro aqui, neste mais um
minuto e meio que me falta, sobre um importante Projeto que foi assinado no dia
20 pelo Prefeito José Fogaça: o financiamento para o maior e mais ambicioso
projeto ambiental junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID. Hoje
temos em Porto Alegre 27% do tratamento de esgoto tratado, 27%! Ver. Beto
Moesch, V. Exª é um extraordinário defensor dessa área, um ecologista de berço,
sempre tenho dito, não é um ecologista fabricado, cuida da nossa vida, do nosso
meio ambiente e sabe o que representa 77% do nosso esgoto tratado, recuperando
aquela riqueza que Deus colocou em nossas mãos. Então quero aqui parabenizar o
Prefeito Municipal por ter assinado esse extraordinário Projeto para tratar a
nossa água, o nosso esgoto, que vai para o rio Guaíba. Alguns locais são
proibidos para o banho das pessoas.
Quem sabe recuperemos essa riqueza no nosso rio
Guaíba, porque muitas pessoas não têm condições de ir à praia, de tomar um
banho de mar, mas terão condições, sim, de ir ao Guaíba, de tomar o seu banho,
porque esse tratamento de esgoto, sem dúvida nenhuma, é uma grande vitória para
a nossa Cidade, para a nossa Porto Alegre, para o povo desta Cidade. Parabéns
ao nosso Prefeito Fogaça por essa extraordinária conquista para a nossa Porto
Alegre. Obrigado, Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Luiz
Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, aproveito a
oportunidade para saudar o nosso amigo Pedro Américo Leal, que vem visitar esta
Casa. Ver. Mauro, também quero focalizar o assunto que foi tratado desde a
manhã deste dia aqui na Câmara Municipal: a preocupação do uso do crack,
que está crescente na nossa população. Numa reunião pela manhã, aqui na Câmara
Municipal, recebemos a visita de uma representante da RBS, que nos apresentou a
campanha que está sendo iniciada por aquela rede tão importante para todos nós,
de comunicação, pois também ela está preocupada com esse verdadeiro pandemônio
que está crescendo entre todos, que é a utilização do crack. E foi
mostrado a nós, Vereadores, o tipo de campanha que a RBS já está colocando no
ar, com as imagens que vão ser utilizadas, mas com algo, Ver. Tessaro, que eu
achei que, vindo de uma empresa da importância da RBS, pode ser perigoso no
combate que todos nós queremos fazer ao uso da crack. Uma das frases
utilizadas é: “Quem entra nesse caminho não tem mais volta”.
Nós temos a imagem dos vários estágios por que
passam as pessoas que são usuárias de drogas; nós temos aquelas pessoas que já
estão praticamente na fase terminal, que não conseguem nem mais levantar os
olhos, e esses merecem uma atenção diferenciada, mas nós temos aqueles, Ver.
Oliboni, que estão utilizando, pela primeira vez, uma droga como o crack.
Com a força que tem uma empresa como a RBS, se ela transmite uma mensagem
dizendo que quem entra nesse caminho não tem mais volta, eu tenho receio, Ver.
Tarciso, de que essa mensagem soe na cabeça de quem está em dúvida se deve
prosseguir ou não - estão afirmando que agora não há mais remédio - como se
devesse continuar. Porque quem está utilizando, quem começou a utilizar é claro
que já tem, realmente, enormes brechas em suas defesas, e, quando estamos
atuando na prevenção ou tentando retirar a pessoa que está utilizando a droga,
nós temos que fortalecer essa pessoa para que ela possa sair do mundo do crack.
Se nós não fizermos isso, se colocarmos receio, mais receio nela ainda, eu acho
que, daqui a pouquinho, pelo menos para esse universo de usuários que estão
recém iniciando, essa mensagem pode ser realmente uma coisa muito perigosa,
pode inclusive não gerar o efeito que, tenho certeza, a empresa e nós queremos
que gere.
A senhora que veio aqui hoje representando a RBS
saiu daqui com o objetivo de levar lá para a agência que cria aquelas mensagens
as nossas ideias, aquilo que foi discutido hoje na reunião de Líderes, para que
isso, quem sabe, possa ser alterado. Mas eu tenho medo, porque ela disse que a
campanha vai começar exatamente como ela trouxe aqui, depois é que pode haver
alguma modificação. Acho que essa mensagem pode causar um estrago grande, se
ela for veiculada exatamente nesses moldes. Pode ser realmente perigoso nesses
moldes conforme foi anunciada hoje aqui, Verª Sofia, de simplesmente dizer:
“Quem entra não tem mais volta.” É muito perigoso! Muito perigoso! Então, só
espero que essa correção seja feita com mais brevidade, a fim de que nós
possamos, quem sabe, construir uma sociedade melhor no amanhã, sem prejuízos
maiores para essas pessoas que hoje, desavisadamente, estão entrando no mundo
do consumo do crack.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): A Verª Sofia
Cavedon está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, volto ao tema da
denúncia que esta Casa recebeu. A pasta de registro dos depoimentos do Sr.
Jorge Renato de Mello é preciosa, e eu recomendo novamente ao conjunto dos
Vereadores a sua leitura. Eu estava anotando alguns momentos desse depoimento e
quero ler aqui, porque aquela reunião não foi televisionada. O Sr. Jorge Renato
de Mello explica como começou o esquema da propina. (Lê.) “[...] no começo do
meu contrato com a SMS eu tive muitos atrasos. Posteriormente, quando essa
propina começou a ser dada, nós recebíamos sempre antes de qualquer pessoa paga
pela SMS”. Ver. Dib, isso está lá dentro, está nos documentos, é possível
verificar. O Sr. Renato Mello relatou que iniciou com 39 postos, depois
ampliou, em seguida, por solicitação do Secretário e da Secretaria, para 55.
Começou a haver denúncias de atrasos. Imaginem, ele recebia atrasado da
Secretaria, passou a receber dois meses depois como conjunto de empresas e
cooperativas que não têm um fundo, algo que nossa lei modificou aqui, e espero
que o nosso Prefeito sancione. Os trabalhadores ficam esperando dois meses para
o primeiro recebimento a partir do contrato. Agora vocês imaginem, atrasando o
repasse para a empresa, a pressão dos trabalhadores sobre uma empresa,
inclusive um contrato a menos, porque ele vai ser aditado oito meses depois,
sendo que o empresário colocou muito mais funcionários no primeiro mês.
Respondendo a uma pergunta que eu fiz, ele afirmou
o seguinte em relação aos valores - e para mim há aqui uma improbidade
administrativa importante: “Quem mandou aditar esses contratos foi o próprio
Secretário, que, acredito, é quem tem autonomia” - acredito que ele quis dizer
‘quem tem a autoridade’. “Os valores dos 39 postos que nós recebíamos era de,
se não me falha a memória, duzentos e trinta mil e alguma coisa na fatura.”
Porque, quando a gente recebe a fatura, já vêm descontados os 11% de INSS,
ISQN; então ele não sabia o valor bruto total. “Posteriormente, se estivéssemos
cumprindo os 55 postos, junto com o aditivo aquele de 7%, que era do dissídio
da categoria, seria em torno de trezentos e vinte ou trezentos e trinta mil o
valor da fatura.” Nós precisamos, Vereadores, checar isso, porque, de fato, se
a fatura do contrato inicial era de duzentos e trinta mil; se a fatura com
aditamento passou para trezentos e trinta mil - o empresário veio dizer isso na
Câmara -, isso dá mais de 45% de ajuste. E a Lei das Licitações fala em ajuste
de 25% para mais ou para menos. Então, se isso não é verdade, nós precisamos
dos contratos e nós, como Câmara, precisamos analisar, porque aqui tem um
aditamento muito maior do que o permitido. E não é à toa que a SMS oito meses
depois é que foi fazer o aditamento - apenas oito meses depois -, possivelmente
ou é para cobrar propina ou porque não pode pagar.
Insisto e volto a ler. Sobre a propina, o Ver.
Comassetto perguntou qual era o montante: em torno de noventa a cem mil reais
pagos no ano de 2008. Em relação à campanha do Sr. Maurício - há várias páginas
se referindo a ela -, houve um momento em que o Sr. Marco Bernardes esteve na
empresa, nas várias vezes em que ele esteve na Empresa, foi perguntado a ele se
queria ajudar na campanha do Ver. Maurício, e o valor pedido para a ajuda foi
de dez mil reais. E o Sr. Marco disse: “Vocês sabem que eu estou com
dificuldade, que eu não tenho o aditamento, que eu não tenho dinheiro, eu não
tenho como pagar nem o INSS, porque estou colocando homens a mais e não tem
aditamento”. Então, ele deu uma opção a ele: ou ele levava os dez mil da
propina mensal ou ele levava aqueles dez mil para o Ver. Maurício. Está escrito
aqui, senhores, na página 34. Isto é um depoimento que precisa ser checado por
esta Casa. Houve, sim, uma tentativa de buscar recurso para a campanha do Ver.
Mauricio em dinheiro, além das festas, além dos carros, da gasolina e
funcionários. E o empresário que pagava propina disse: “Ou vocês levam dez mil
do mês ou vocês levam para o Ver. Maurício”. E o portador disse: “Não, então eu
vou levar para quem eu venho buscar”.
Senhores, se isso não é contundente, se a Câmara
acha que isso não é sério para ser investigado, eu não sei o que é sério.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver.
Paulinho Ruben Berta está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. PAULINHO RUBEN BERTA: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, pessoas que nos
assistem pelo Canal 16, aqueles que nos acompanham pela Rádio Câmara e nas
galerias, volto a esta tribuna para esclarecer a questão do Pronasci e da Praça
México. Quero dizer que não existe definição ainda do recurso federal que será
destinado à Praça México. O Governo Municipal está em negociação com o Governo
Federal, que também está consciente das necessidades da Praça México e do
número de pessoas que irá atingir com essas ações do Pronasci na região Eixo
Baltazar. Nós temos ali Jardim Leopoldina, Rubem Berta, Parque Santa Fé, Jardim
Dom Pedro, Laranjeira, Jardim da Amizade, Safira, enfim, temos um número muito
grande de pessoas que utilizam essa imensa Praça. Não existe definição ainda de
onde será aplicado o recurso, tudo leva a crer que será na Praça México. Quero
tranquilizar os moradores dessa região, este Vereador está atento, a nossa
Bancada está atenta, todos os Vereadores irão nos ajudar para que possamos
levar esse recurso e proporcionar à região Eixo Baltazar um local para as
pessoas fazerem os seus exercícios. Então, não existe definição ainda de onde
será aplicado o recurso. Estamos conversando com o Governo Fogaça, com a sua
Acessibilidade, para que a Praça México, que atende um número muito grande de
usuários, continue atendendo e que sejam colocados lá os equipamentos todos.
Quero tranquilizá-los.
E
também quero levantar uma outra situação aqui, que se chama Orçamento
Participativo, do qual eu participo há vinte anos na região Eixo Baltazar. O
Orçamento Participativo é um dos grandes instrumentos que a comunidade tem para
buscar as suas reivindicações, o que é justo. Por um outro lado, também se
comete injustiça pelo modelo atual do Orçamento Participativo. Na região Eixo
Baltazar, há muitos e muitos anos, se prioriza somente a habitação, mas o que
acontece? Quando ocorre uma ocupação numa região de Porto Alegre, seja na
Região Norte, seja na Região Sul - e as pessoas ocupam porque têm necessidade
de morar, isso é uma verdade -, atrás da ocupação vem uma série de outras
necessidades: vem a falta do posto de saúde, vem a falta de esgoto, vem a falta
de iluminação, vem a falta de água, vem a falta de creche. Então, não dá mais, precisa ser modernizado o
Orçamento Participativo na nossa Cidade, para que não sejam priorizados três,
quatro itens e os outros itens fiquem à disposição, se serão aplicados ou não.
Não estou dizendo com isso que não sejam cuidados, são, mas o que nós vamos
fazer?
Queria levantar uma questão assim: será que um
trabalhador que sai às 6h da manhã e retorna às 19h, 20h para casa, cansado do
trabalho e tudo, tem disposição para ir discutir Orçamento Participativo com
quem mora no Moinhos de Vento, com quem tem o conhecimento todo? Isso é justo?
Então, acho que precisamos aqui, Ver. Valter, trabalhar esta questão: a
modernização e adequação e igualdade com toda a Cidade. Por exemplo, este ano
não foi priorizado o asfalto. A Secretaria ficou mal, como não foi priorizado,
praticamente não tem recurso para ser aplicado naquela região. Foi priorizada a
habitação, que importa, mas só habitação não resolve. Tem que ir o saneamento,
tem que ir o colégio, tem que ir a creche, tem que ir o posto de Saúde, tem de
haver recurso, gente! E nós precisamos trabalhar essa questão. Então, o
Orçamento Participativo chegou num estágio que precisa ser modernizado para
atender todas as demandas da Cidade, senão estaremos caminhando para uma
situação que não é justa com todos. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Valter
Nagelstein está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
senhoras e senhores, eu gostaria de, em primeiro lugar, saudar o nosso
ex-Vereador Pedro Américo Leal, quero dizer da nossa alegria de tê-lo na nossa
Casa, esse político de escol, homem exponencial, figura singular da política
gaúcha e brasileira, que serve, certamente, Coronel Pedro Américo, de
inspiração para todos os que fazem política, pela sua retidão de caráter, pela
sua transparência, pela forma como o senhor sempre tratou e trata a coisa
pública, a forma como se faz política. Portanto, meus cumprimentos a V. Exª, é
uma satisfação tê-lo aqui novamente na nossa Casa.
Eu quero, Ver. Paulinho, muito rapidamente,
aproveitar a sua fala para dizer que o Orçamento Participativo tem muitos
méritos, é verdade. Mas nós não podemos esquecer dois fatores. O primeiro é que
o Orçamento Participativo, Ver. João Dib, foi instituído sob a égide de uma
propaganda maciça. Eu lembro o Programa Cidade Viva. E aqui tenho visto alguns
Vereadores da oposição denunciarem quando nós fazemos uma página no jornal.
Lembro que o Cidade Viva eram programas que se faziam nas mídias televisivas,
nas televisões, com duração, Ver. João Pancinha, de um, dois, três minutos em horário
nobre. Não tem como estabelecer qualquer nível de comparação entre o custo
dessa veiculação e o custo de uma página no jornal. Em primeiro lugar isso, ou
seja, foi instituído com muita propaganda.
Em segundo lugar, ele parte de um pressuposto, de
uma sistemática que me parece muito ruim, muito negativa, que é aquela de opor
comunidades. Porque, para que a comunidade do Jardim Leopoldina ganhe, a
comunidade do Rubem Berta precisa perder. Então, a sistemática era que se
colocavam lá comunidades, e uma comunidade disputava com a outra numa lógica
meio perversa. Não é essa panaceia toda que se vendeu. Isso precisa ser dito e
precisa ficar bem claro e muito bem consignado.
Sr. Presidente, fiz uma rápida passagem por essas
duas questões, mas o motivo da minha vinda, Ver. Nelcir Tessaro, é outro. É a
respeito de uma Moção de Solidariedade, Srs. Vereadores - estou protocolando
hoje na Casa, espero que na quarta-feira venhamos a votar -, a um fato que me
parece até meio que surreal, Ver. Pedro Ruas. Há um compatriota nosso,
brasileiro, homem da mais alta qualificação, Verª Sofia Cavedon, e que disputa
o cargo de Diretor-Geral da UNESCO. Aqui falávamos em drogas, Ver. Mario
Manfro, nós falávamos em combate às drogas, nas questões das crianças, das
famílias; a UNESCO é a entidade maior nessa questão, ela é ligada à Organização
das Nações Unidas e faz exatamente esse trabalho. E, num momento, num instante
histórico em que nós temos um brasileiro que está apto, que está pronto para
ser o Diretor-Geral da UNESCO - tal qual aquele brasileiro que infelizmente foi
vítima de um atentado terrorista no Iraque, Sérgio Vieira de Mello, de quem nos orgulhávamos, nós
todos -, numa ação absolutamente desastrada e desastrosa, o Governo Federal -
por isso estou propondo aqui, Srs. Vereadores, e gostaria do apoio de V. Exas,
uma Moção de Solidariedade ao brasileiro que está pleiteando esse cargo -
estranhamente quer apoiar um egípcio em detrimento de um brasileiro. Um
egípcio, inclusive, com um histórico de conflitos, de manifestações
absolutamente equivocadas e preconceituosas. Nós estamos observando esse ato
absolutamente injustificável. Eu diria mais: é muito pouco patriótico do nosso
Governo apoiar um cidadão de uma outra nacionalidade em detrimento de um
compatriota.
Há um livro, encaminho e concluo, Sr. Presidente,
de Lima Barreto intitulado “O Homem que Sabia Javanês”. O homem era tido como
autoridade, até o dia em que chegou alguém que, de fato, falava javanês, e todo
o mundo viu que ele não falava coisa nenhuma. O Marco Aurélio Garcia, que é a
suposta autoridade que aconselha o Presidente da República nos assuntos
internacionais, me parece que é uma espécie de “homem que falava javanês”.
Deixem o Ministério das Relações Exteriores tratar disso, porque, senão, vamos
continuar incorrendo muitas outras vezes nesse mesmo erro crasso que se incorre
agora, neste momento, quando se apoia um egípcio e não se apoia um brasileiro
que está pleiteando um dos cargos mais importantes no concerto mundial das
grandes organizações, que é o cargo de Diretor-Geral da UNESCO.
Então, faço um humilde apelo de uma humilde Câmara
de Vereadores de uma pequena Cidade aqui no extremo do nosso País, que é nossa
Capital, Porto Alegre, dirigido ao nosso Presidente da República: por favor,
Presidente Lula, olhe com carinho os seus compatriotas; não indique alguém que
não é do nosso País; indique o nosso brasileiro para que ele ocupe o cargo
histórico de Diretor-Geral da UNESCO. Muito obrigado, Sr. Presidente. Muito
obrigado, Srs. Vereadores.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Hoje temos uma
longa Ordem do Dia.
O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, o art. 219 do
Regimento Interno diz que a Comunicação de Liderança será exercida pelo Líder
ou por alguém por ele indicado para que possa tratar de assunto urgente e
inadiável e submetido à apreciação do Presidente, que autorizará ou não.
Eu devo dizer que ontem assistia ao Canal 16 e
ouvia a minha querida amiga Verª Sofia Cavedon, que falava exatamente o que ela
falou hoje, quer dizer, um assunto repetido, pois ela contou os mesmos detalhes
da mesma denúncia. Ninguém está duvidando da denúncia, até porque a Prefeitura
tomou as providências necessárias: foi instaurada uma sindicância, que está em
andamento, e o funcionário foi exonerado. O Ministério Público solicitou os
documentos. Não sei por que estamos em Comunicação de Liderança repetindo o que
já foi dito na semana passada. Eu acho que podemos usar melhor o tempo.
Já que o Ver. Valter falou no Marco Aurélio Garcia,
que orienta S. Exª o Presidente da República, o Presidente poderia saber um
pouquinho mais, não confundir turcos com árabes. Foi uma coisa fora de série na
Turquia ele falar nos turcos - e raros são os turcos que há no Brasil. Aqui em
Porto Alegre, até hoje, eu conheci dois: um eu sei que ainda existe; o resto é
libanês, é sírio, é palestino - esses são árabes; agora, turco não é árabe não.
Os turcos, sim, dominaram a Síria, o Líbano e constituíram o Império Otomano,
mas a Turquia não tem nada a ver com os árabes. E o nosso Presidente da
República, quando vai representar o nosso País, fazer um encontro para melhorar
as condições de negócios entre árabes e brasileiros, fala nos turcos. Eu acho
que ele deve ter marcado um ponto negativo. Espero que não, porque os árabes
são sensíveis e inteligentes. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Havendo
quórum, passamos à
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 2269/09 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 016/09, de autoria da Mesa Diretora, que
cria 05 (cinco) cargos em comissão de Assessor Técnico Especial no Quadro dos
Cargos em Comissão e Funções Gratificadas, constante do art. 20 da Lei nº
5.811, de 8 de dezembro de 1986 – que estabelece o Sistema de Classificação de
Cargos e Funções da Câmara Municipal de Porto Alegre e dá outras providências
–, e alterações posteriores, e dá outras providências.
Parecer
Conjunto:
- da CCJ, CEFOR e CUTHAB. Relator-Geral Ver.
Reginaldo Pujol: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- para aprovação, voto
favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82, § 1º, III, da LOM.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o
PR nº 016/09. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Neste momento, também
cumprindo o acordo, suspendo a Sessão para uma Reunião Conjunta das
Comissões.
(Suspendem-se os trabalhos às 16h.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell – às 17h09min): Estão reabertos os trabalhos.
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 0042/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 001/09, de autoria do
Ver. João Carlos Nedel, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto
Alegre ao Padre Ladislau Molnar.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Mauro Zacher: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
- da CECE.
Relator Ver. DJ Cassiá: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- para
aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA - art. 82, § 2º,
V, da LOM;
- votação
nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA.
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Em discussão o PLL nº
001/09. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) (Após a
apuração nominal.) APROVADO por 27
votos SIM e 01 ABSTENÇÃO.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC. Nº 5723/08 -
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 049/08, que revoga os incisos do § 2º do artigo 4º e dá nova redação
a este parágrafo, bem como altera o § 3º do artigo 5º e o Anexo da Lei nº
10.474, de 23 de junho de 2008, e dá outras providências. (Estacionamento de
caçambas na via pública.)
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Nilo Santos: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto e da Mensagem Retificativa;
- da CEFOR.
Relator Ver. Airto Ferronato: pela aprovação do Projeto e da Mensagem
Retificativa;
- da CUTHAB.
Relator Ver. João Pancinha: pela aprovação do Projeto e da Mensagem
Retificativa.
Observação:
- Com Mensagem Retificativa.
O SR.
PRESIDENTE (Adeli Sell): Em discussão o PLE nº 049/08, com Mensagem Retificativa. (Pausa.) O Ver.
Bernardino Vendruscolo está com a palavra para discutir o PLE nº 049/08, com
Mensagem Retificativa.
O
SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO:
Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, este Projeto do Executivo
trata das caçambas, dos telentulhos, que alguns chamam de contêineres. Venho a
esta tribuna dizer que, evidentemente, vou votar favoravelmente. Tenho certeza
de que todos os Vereadores lembram quantas vezes eu vim a esta tribuna nos
últimos quatro anos para mostrar modelos de caçambas e discutir a proposta de
um Projeto de nossa autoria que foi aprovado. Mas eu não poderia votar este
Projeto, Ver. Valter Nagestein, representante do Executivo neste momento, sem
fazer o registro da minha insatisfação com a EPTC, porque hoje temos uma lei
vigorando, aprovada por esta Casa, sancionada pelo Prefeito, lei esta, Ver.
Adeli, sobre a qual este Vereador discutiu, no mínimo, três vezes com os
técnicos da EPTC. Nós alteramos, nós atendemos os vários pedidos dos técnicos
da EPTC de alteração do Projeto. Os fiscais da EPTC, o Senna, Secretário, têm
uma lei, Ver. Ervino e demais Vereadores, para respeitar e aplicar na Cidade no
que diz respeito aos tais telentulhos, que muitos chamam de caçamba, outros
chamam de contêiner.
Nós vamos votar favoravelmente a alteração,
proposta pelo Executivo, da nossa lei - é uma lei que trata de outros assuntos
também, mas basicamente modifica a nossa lei -, mas não podemos deixar de fazer
este registro, porque ainda hoje temos, na cidade de Porto Alegre, as caçambas
postas, apresentadas totalmente fora daquilo que aqui discutimos, daquilo que
aqui aprovamos. E não é porque somos da base do Governo que vamos omitir essas
informações, esse posicionamento, até para que tenhamos, sim, credibilidade
naquilo que propomos e naquilo que fazemos, sob pena de perdermos isso quando
não fazemos crítica aos nossos. Eu vou votar favoravelmente, mas não posso
deixar, Ver. Brasinha, de fazer essa crítica à EPTC, porque ela não está
cumprindo uma lei que está em vigor e que nós passamos aqui quatro anos
discutindo. Eu espero que, agora que veio do Executivo, o Sr. Senna cumpra com
a sua obrigação, que é respeitar e aplicar a lei criada e aprovada por esta
Casa e sancionada pelo Prefeito José Fogaça.
O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Bernardino, eu mesmo cansei de falar
para o senhor: “Vereador, quando é que nós vamos votar este Projeto, que é
bom?” Quantas pessoas já se acidentaram nessas caçambas? E o seu Projeto era
bom! Eu quero lhe confessar que achei que esse Senna tinha implantado. E ele
não implantou o seu Projeto, que era bom para a Cidade, bom para a comunidade.
Foram quatro anos perdidos, então?
O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Bernardino, eu quero parabenizar V.
Exª e dizer que nós todos estamos cientes de que essa é uma bandeira sua. Eu
acho que ninguém lhe tira esse direito, porque V. Exª vem lutando não é de
hoje, mas ao longo dos meses; é uma bandeira sua, V. Exa fez um excelente
trabalho nessa área. Parabéns, Vereador.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Eu preciso
fazer este registro, porque infinitas vezes fui pressionado aqui pelos
representantes dessas empresas. Muitas e muitas vezes eles foram ao meu
gabinete; muitas e muitas vezes foram à imprensa, dizendo que era um absurdo aquilo
que nós estávamos propondo. Na verdade, nós só queríamos - e fizemos o que
queríamos - trazer um regramento com penalidade, porque, até então, não havia.
Encerro
o meu discurso dizendo que vamos votar favoravelmente, mas esperamos que a EPTC
cumpra, a partir de hoje, a nova legislação que vem aí, porque até então não
vinha cumprindo aquilo que já está aprovado e que está valendo, que é a lei
aprovada por esta Casa e sancionada pelo Prefeito. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Beto
Moesch está com a palavra para discutir o PLE nº 049/08, com Mensagem
Retificativa.
O SR. BETO MOESCH: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, em primeiro lugar,
nós, Parlamento, temos o dever de registrar e reconhecer, Ver. Luiz Braz, a
iniciativa, a determinação e a coragem do Ver. Bernardino Vendruscolo de
legislar sobre um assunto polêmico e, ao mesmo tempo, tão necessário como este.
Estava agora comentando com o Ver. João Pancinha
que, quando um Projeto de Lei, seja de que Vereador for, não tiver o respeito
do Poder Executivo, isso é uma interferência e um desrespeito aos mandatos. E
isso é corriqueiro nos Governos, de uma forma geral, Verª Maria Celeste, não é
deste ou daquele. Ver. Bernardino Vendruscolo, V. Exª tem razão: não fizeram as
alterações na tramitação do Projeto de Lei de sua autoria, Projeto que virou
lei com votação unânime desta Casa no ano passado e que busca, Ver. Dib, apenas
aperfeiçoar uma legislação que, na época, era avançada, mas que, Dr. Thiago,
com o decorrer do tempo, ficou obsoleta. Faltava legislar melhor, e foi o que o
Ver. Bernardino fez, legislar melhor. Entendo e até posso imaginar a reação de
certos grupos que o Ver. Bernardino enfrentou, porque os grupos econômicos,
Ver. Pujol - V. Exª também já legislou sobre esse tema na Legislatura retrasada
-, não querem mudar, eles querem manter exatamente como funciona, mas cabe a
esta Casa mostrar o que a Cidade precisa e o que é melhor para ela.
Tramita também nesta Casa, Ver. Bernardino, um
Projeto de Lei que não deveria ser projeto de lei, poderia ser um decreto, que
dialoga diretamente com a sua lei, embora a sua seja específica com relação à
segurança. E ressalto aqui algo importante: a caçamba, pela lei do Ver.
Bernardino, não pode mais ficar na rua ou na calçada quando estiver cheia.
Sabem o que acontece? Essa caçamba é utilizada para se colocarem outros tipos
de resíduos, e isso compromete a qualidade e a logística dos chamados resíduos
inertes ou resíduos não orgânicos, e existem áreas - deveria haver até muito
mais - específicas para receber isso. Lamentavelmente, apenas seis cidades do
Brasil estão atuando bem na questão de resíduos de inércia; infelizmente, Porto
Alegre não está inclusa entre as seis.
O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, só para lembrar: além do
que V. Exª fala, o Projeto proíbe o estacionamento desses equipamentos onde é
proibido estacionar automóveis, numa ação lógica: se é proibido estacionar
automóvel, não pode estacionar caçamba. Também há esse regramento.
O SR. BETO MOESCH: Perfeito. E a
lei, Ver. Bernardino, é completa. Então, por que alterar agora, se era para ser
alterada no ano passado? E mais: Vossa Excelência também tem razão, não se está
fiscalizando a aplicabilidade da lei. Vou falar melhor sobre isso na
quinta-feira, mas as cidades que estão fiscalizando os entulhos em esquinas e
em praças é onde está melhor funcionando. Está ficando tão caro não se utilizar
um sistema de recolhimento dentro do sistema de resíduos inertes, que quem faz
a obra tem que utilizar esse serviço. Porque o custo do Departamento Municipal
de Limpeza Urbana para retirar esse entulho é imenso, e não há verba suficiente
para retirar o entulho de onde não deveria ter, porque isso deveria ir para o
chamado aterro de inerte, para ser reciclado, para ser reaproveitado.
Lamentavelmente, Verª Sofia, nós estamos ainda muito atrasados nesse sentido.
A Srª Sofia Cavedon: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Beto, quero tirar uma dúvida com V.
Exª, que foi Secretário da SMAM. Eu encaminhei agora, não foi na sua gestão, há
uns dois meses, uma denúncia sobre aterro. Na minha avaliação, deve ser
clandestino, porque é colado ao Loteamento Cristiano Kraemer. Eles estão subindo
o chão, numa área de preservação, é ali no bairro Vila Nova. Encaminhei com um
número de telefone e nome, porque as caçambas ficam lá atiradas, os
contêineres. É competência da SMAM fiscalizar e autuar? Porque eu não vi
providências, então mandei para o Ministério Público.
O SR. BETO MOESCH: Pois não. Pelo
Código Municipal de Limpeza Urbana, nós temos uma atribuição direta e
específica ao DMLU. Mas, como órgão ambiental, a SMAM também deve fazer esse
tipo de fiscalização. Porém esse assunto de caçambas está diretamente
relacionado à EPTC e, principalmente, ao DMLU, em virtude do sistema de
inertes. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Está encerrada
a discussão.
Em votação o
PLE nº 049/08, com Mensagem Retificativa. Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO
pela unanimidade dos presentes o Projeto com a Mensagem Retificativa.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC. Nº 1856/08 -
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 014/08, que autoriza o Município de Porto Alegre a desafetar da
destinação de uso comum do povo próprio municipal, matriculado sob o nº 19513,
no Registro de Imóveis da 3ª Zona, livro nº 02, localizado na Rua Ivo Janson,
nº 29, no bairro Jardim Bento Gonçalves.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Marcelo Danéris: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
- da CEFOR.
Relator Ver. Mauro Pinheiro: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Elói Guimarães: pela aprovação do Projeto;
- da COSMAM.
Relator Ver. Carlos Todeschini: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- para aprovação, voto
favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82, § 1º, VIII, da
LOM.
O SR.
PRESIDENTE (Adeli Sell): Em discussão o PLE nº
014/08. (Pausa.) O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra para discutir o
PLE nº 014/08.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, pouquíssimos Governos têm feito, na prática, aquilo que muitas
vezes é parte do ideário e do discurso comum de todos. Eu quero reconhecer o
esforço que este Governo, que o Prefeito José Fogaça, seus Secretários e a sua
base, não obstante todos os obstáculos que se colocam à nossa frente, tem feito
no sentido de resolver ou, pelo menos, de minorar o grave problema habitacional
brasileiro. Eu faria um apelo para que os nossos Vereadores permanecessem e
para que nós enfrentássemos este Projeto.
Rapidamente
eu quero ler a Exposição de Motivos, para que V. Exas possam se
inteirar do assunto. Diz assim o Sr. Prefeito Municipal no Projeto do Executivo
(Lê.): “Sr. Presidente, encaminho a Vossa Excelência e a seus dignos Pares
Projeto de Lei de desafetação da destinação de uso comum do povo próprio
municipal localizado na Rua Ivo Janson nº 29, no bairro Jardim Bento Gonçalves,
que visa a regularizar área ocupada por famílias de baixa renda. A legislação
reconhece o fato social, em que famílias empobrecidas terminam por ocupar bens
públicos, ali estabelecendo moradia, visando a sobreviver. Os atuais moradores
da área têm direito à urbanização e titulação dos terrenos onde residem, com
fundamento no constitucional direito social à moradia, mediante concessão de
uso. Por tal razão, encaminho o presente Projeto de Lei, objetivando autorizar
o Município a desafetar próprio ocupado, para concessão de uso nos termos do
Estatuto da Cidade”.
Abro
um parêntese para dizer, Ver. Bernardino, Ver. Nelcir Tessaro, Ver. Nilo
Santos, Ver. Chiodo, que muito se fala, e muitas vezes os Vereadores da
oposição sobem à tribuna e, de forma absolutamente desfundamentada, nos acusam
de administrarmos a Cidade olhando para aqueles que mais possuem. E nós temos
toda semana votado, Ver. Mario Manfro, Ver. Paulinho Ruben Berta, Projetos
nesta Casa com os olhos voltados à população mais carente da Cidade, aquela que
mais precisa, e este é mais um exemplo, Ver. Dr. Raul.
Continuo
(Lê.): “A Constituição e a Lei Orgânica têm previsão em favor daqueles que se
instalam em bens públicos, para fins de moradia familiar. O Estatuto da Cidade,
a Medida Provisória nº 2.220, de 2001, e a legislação municipal estabelecem os
procedimentos de regularização. No caso, a ocupação deu-se anteriormente à
legislação municipal” - Ver. Ervino Besson - “que reconhece o direito à moradia
através do direito real de uso” - Ver Beto Moesch. “O Poder Público tem o
dever” - diz o Sr. Prefeito, Dr. Raul - “de minorar o déficit habitacional,
promovendo a regularização mediante a urbanização, titulação e registro dos
direitos daqueles que consolidaram a sua ocupação em área pública. Acompanha o
presente Projeto de Lei o processo administrativo” - segue o seu número. “Na
certeza de contar com a aprovação da matéria, valho-me da oportunidade para
reiterar a Vossa Excelência e aos demais Vereadores as minhas cordiais
saudações. Atenciosas saudações. Prefeito José Fogaça”.
Essa
é a justificativa que vem do Executivo Municipal no presente Projeto, que é do
Executivo e que visar dar dignidade a essas famílias, como a outras tantas em
Porto Alegre, famílias carentes que acabam por ocupar terrenos e próprios
municipais. O Projeto visa, em última análise, a partir da desafetação,
exatamente conferir a essas pessoas dignidade e melhores meios para que elas
possam sobreviver. É isso, ficamos no aguardo de que, pelo menos neste Projeto,
não haja aquilo que sistematicamente tem havido, votação contrária da oposição,
porque aqui é um Projeto que não se discute nem oposição, nem situação, mas é
algo que vai ao encontro da necessidade das pessoas que mais precisam. Obrigado
pela atenção de todos.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir o PLE n° 014/08.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente,
Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, este Projeto está na Casa desde o
dia 19 de março de 2008. Então, neste meu pronunciamento, quero ser
inversamente proporcional ao que ocorreu na sua tramitação. Não vou discutir
por que razões ele ficou por mais de um ano para ser votado. Posso entender que
tenha faltado interesse da Casa de viabilizar uma proposta que tem por objetivo
uma regularização fundiária. Foi muito feliz o Líder do Governo na exposição da
matéria, todos os Pareceres são favoráveis, e é de estranhar que essa matéria
ainda não tenha sido aprovada. Então, chega de delonga, chega de discutir o que
não precisava discutir. Pela aprovação. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Não há mais
quem queira discutir. (Pausa.) Em votação o PLE nº 014/08. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por
unanimidade.
Quero fazer uma colocação sobre o Projeto anterior:
no momento em que coloquei em votação - deixo claro para as notas taquigráficas
- era o PLE nº 049/08 junto com a Mensagem Retificativa. Que se anote.
Está encerrada a Ordem do Dia.
Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 1955/09 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 012/09, de autoria da Verª Maria Celeste,
que concede o Diploma Honra ao Mérito à Senhora Sandra Regina Castilhos
Silveira.
O SR.
PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir
a Pauta. (Pausa.) Desiste. O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para
discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste.
Está encerrado o período de Pauta.
A Verª Maria Celeste está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela oposição.
A SRA. MARIA CELESTE: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, na quarta-feira passada,
quando usei a Liderança de oposição, eu disse que continuaria, na semana
seguinte, contando uma historinha de alguém que me visitou, no meu gabinete, em
cima dos acontecimentos, das denúncias divulgadas pela imprensa e da
confirmação dessas denúncias de propina e de desvio de recurso público na
Secretaria da Saúde do Município. Denúncias que foram confirmadas pelo Sr.
Renato de Mello na terça-feira, aqui nesta Casa, diante do Presidente em
exercício, Ver. Adeli Sell, e vários Vereadores tanto da situação quanto de
oposição puderam presenciar.
Eu recebi, então, uma ilustre visita, que foi a
Velhinha de Taubaté, que é a última pessoa que o Brasil, especialmente os
porto-alegrenses, ainda acredita. Diante do que ela presenciou e ouviu em
relação a Porto Alegre, ela se viu obrigada a vir do além para essa conversa,
Vereadores. Ela acreditou que a propina que o Marcos Bernardes buscava todo o
mês na empresa Reação, entre dez e trinta mil reais, desde abril de 2008, era
para ele mesmo, e não para o Secretário de Saúde, Secretário Eliseu Santos.
Também ela acreditou que o Secretário Eliseu nada sabia, não tinha parte, não
tomava conhecimento. Ela também acreditou que o contrato que a Secretaria
Municipal de Saúde firmou neste ano com a empresa Reação não tem irregularidades
e que tudo o que aconteceu era perfeitamente normal. Depois, tudo se ajeita,
tudo se dá um jeito; dá-se um jeito de pagar os cento e oitenta funcionários, e
estará tudo resolvido...!
E mais: ela acredita que tudo isso é só uma intriga
da oposição. Uma oposição do disse que disse, que não tem o que fazer. Não
houve falsificação de documentos; o empresário que conseguiu esses papéis foi
só para confundir a base do Governo. A Velhinha também me falou que esses
benefícios para a campanha do então Secretário Maurício é coisa do PT. “Isso é
coisa do PT!” A Velhinha é do além! “Bem capaz que, no período eleitoral,
alguém vai estar pedindo alguma coisa desse jeito!” Os carros dessa empresa não
trabalharam para este candidato. Não houve festa na boate Dominó, não houve
festa na Restinga. Ela disse, ainda, que usava muita medicação, mas não
acredita que houve desvios de remédios, de forma alguma. A Velhinha de Taubaté
está muito preocupada com o abastecimento dos carros das prestadoras de
serviços da Prefeitura, mas acredita que não há nenhum tipo de prova, nenhuma
tabela que indique favorecimento, pois esta foi apenas uma coincidência: o
abastecimento desse veículo no mesmo posto de gasolina autorizado pelo dono da
empresa Reação. Ela me disse que gostaria de continuar a conversa, porque ainda
tinha muitas coisas para dizer que acredita, mas que já estava na hora de
retornar ao paraíso, disse que voltará a me visitar.
Já que esta Vereadora foi acusada de mentirosa
nesta tribuna, eu quero aqui reiterar esta conversa, de que a Velhinha de
Taubaté esteve aqui, falou, sobretudo, que ela acredita. E mais do que isso,
ela nos dá uma demonstração de que tudo que aconteceu, de tudo que nós ouvimos
não é apenas uma piada de mau gosto. Lamentavelmente, é a realidade daquilo que
acontece na Prefeitura Municipal de Porto Alegre; lamentavelmente, é a
realidade de uma improbidade administrativa na Secretaria da Saúde no Município
de Porto Alegre.
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 17h40min.)
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